"Não temos casos registados [de Zika] com situações de risco desde o ano passado", disse Tomás Valdez. .O diretor Nacional de Saúde falava aos jornalistas na cidade da Praia à margem de um encontro científico sobre monitorização e investigação dos mosquitos transmissores de doenças, organizado em parceria com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT)..Relativamente a outras doenças transmitidas por mosquitos, como a malária ou dengue, Tomás Valdez adiantou que a situação "continua estável" com o surgimento de situações "esporádicas" sobretudo relacionadas com a mobilidade de pessoas para dentro e fora de Cabo Verde..Com a época das chuvas a começar, Tomás Valdez alertou para o aumento do risco das infeções por doenças causadas por mosquitos.."Toda a rede está em estado de permanente alerta para a deteção precoce de qualquer situação de anormalidade. É claro que antes do período das chuvas, o risco torna-se relativamente elevado e, por isso, o nosso interesse em comunicar com a população porque sabemos que os 'criadores' de mosquitos na sua maioria resultam da atividade humana", disse..Cabo Verde detetou pela primeira vez a circulação de vírus Zika em outubro 2015 e até fevereiro deste ano 2016 registou cerca de 7.600 casos suspeitos de infeção, incluindo 165 mulheres grávidas e 14 casos de microcefalia associados à doença..O vírus Zika, que está presente em 60 países, é transmitido através da picada de mosquitos e pode provocar complicações neurológicas, sobretudo anomalias no desenvolvimento cerebral (microcefalia) em fetos de mães infetadas. .Entre 2009 e 2010, Cabo Verde sofreu uma epidemia de dengue, durante a qual foram registados cerca de 21 mil casos suspeitos, sendo que 174 evoluíram para a forma mais grave da doença, resultando em quatro mortes..Cabo Verde é considerado pela OMS como um país de "alto risco", tendo em conta a existência do vetor responsável pela transmissão de outras doenças provocadas por mosquitos, como febre-amarela, paludismo, chikungunya.