As verbas foram disponibilizadas pela empresa promotora da barragem e dizem respeito a compensações por impactos ambientais e projetos para o desenvolvimento como o Centro Interpretativo inaugurado hoje, em Foz Tua, que custou mais de dois milhões de euros e que passa a ser a principal porta de entrada para vale..O administrado da EDP garantiu hoje que a empresa "já cumpriu todas as obrigações" que lhe foram impostas na Declaração de Impacto Ambiental (DIA), numa altura em que a barragem está em produção e a aguardar ainda a licença definitiva de exploração..Desde o verão de 2017 que o empreendimento hidroelétrico está a produzir energia com "uma licença de ensaios", como explicou hoje o administrador..As obras estão concluídas e o estaleiro ainda montado na barragem destina-se à recuperação paisagística e arquitetónica em curso, projetada pelo arquiteto Souto Mouro.."Todas as obrigações da EDP no que diz respeito ao cumprimento da Declaração de Impacto Ambiental foram cumpridas e, por isso, [a EDP] espera que seja emitida a licença de exploração definitiva e a barragem continuará a operar", afirmou..A medida de compensação mais emblemática é o plano de mobilidade turística e quotidiana que ainda não está operacional, apesar dos investimentos realizados, nomeadamente dez milhões de euros entregues pela EDP ao operador turístico para construção de cais no rio, aquisição de equipamento e recuperação dos cerca de 30 quilómetros que restam da linha, parcialmente submersa pela nova albufeira..O administrador Rui Teixeira entende que por parte da empresa "as obrigações foram cumpridas e, desse ponto de vista, há condições para a emissão da licença" definitiva de exploração da barragem..O plano de mobilidade encontra-se num impasse à espera que as diferentes entidades públicas e privadas envolvidas decidam quem assume o custo da manutenção da ferrovia..Rui Teixeira vincou que "a EDP criou as condições para implementar o modelo de gestão, desde o cais no rio Tua, recuperação da linha" e "vai continuar a apoiar a agência e a região para que seja um sucesso", nomeadamente disponibilizando mais verbas para a instalação de sistemas de segurança nas encostas do Tua, quando a questão da gestão for resolvida..De acordo com o administrador, o valor global de investimento na barragem de Foz Tua "supera os 400 milhões de euros" e "parte diz respeito a medidas compensatórias e de minimização" que "ultrapassam os 30 milhões de euros"..As compensações dizem respeito "à recuperação do património, à promoção de medidas para mitigar os impactos ambientais e, acima de tudo, para o desenvolvimento regional deste território", como indicou o administrador..A estes 30 milhões de euros acresce ainda o compromisso da EDP em financiar a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, também ela uma contrapartida pela construção da barragem, com 3% das suas receitas líquidas ao longo dos 75 anos de exploração.