Primeira exposição individual de Ângela Ferreira num espaço museológico sul-africano, a mostra ficará na Johannesburg Art Gallery, que reúne uma das mais importantes coleções públicas de arte africana e europeia dos séculos XIX, XX e XXI. .A exposição, com curadoria de Amy Watson, inclui, entre outros trabalhos, "Werdmuller Centre" (2010), que tem em conta o idealismo popular utópico do vocabulário modernista sul-africano dos anos setenta. .Também foram incluídos os trabalhos "Maison Tropicale" (2007), que traça a história do projeto de alojamento do designer francês Jean Prouvé e investiga o modo como o modernismo europeu se adaptou à realidade do continente africano.."Sites and Services" (1991-1992) é outra das obras apresentadas na galeria sul-africana, referenciando a oferta racializada de infraestruturas sob o apartheid..O trabalho de Ângela Ferreira reflete sobre o impacto continuado do colonialismo e do pós-colonialismo no presente, particularmente no que toca ao sul mundial..A sua principal área de investigação tem sido a tradução do modernismo no contexto colonial africano e os complexos legados arquitetónicos, estéticos e sociais do projeto modernista. .As práticas artísticas de Ângela Ferreira "retiram a criticalidade visual da sua identidade dupla, portuguesa e africana, e o corpo de trabalho resultante tem raízes na África do Sul, em Moçambique e em Portugal", segundo um texto da organização..A exposição em Joanesburgo "vem ligar estes três espaços e dar ao público a oportunidade de se envolver nas práticas da artista, baseadas numa pesquisa multidisciplinar", acrescenta..Um catálogo, com textos de Jürgen Bock, Alda Costa e Rafael Mouzinho, Pamila Gupta, Noëleen Murray e Amy Watson, acompanha a exposição, que ficará patente até 30 de julho..A Johannesburg Art Gallery é um espaço museológico focado na preservação e acesso à herança artística sul-africana, e no reconhecimento de artistas e práticas negligenciadas dentro desta herança, por meio de exposições, publicações e programas educativos.