Moedas: "É um selo de qualidade muito importante para a cidade"

Bruxelas anunciou que Lisboa, Porto e Guimarães são as três cidades portuguesas escolhidas para integrar um grupo de 100 que farão parte da missão "Cidades com Impacto Neutro no Clima e Inteligentes até 2030". Este projeto europeu tem um orçamento de 360 milhões de euros até ao próximo ano.
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Lisboa foi uma das cidades portuguesas, a par de Porto e Guimarães, selecionada para participar na missão da União Europeia para ecossistemas de inovação e com vista à neutralidade climática até 2030. A lista das 100 localidades do projeto "Cidades com Impacto Neutro no Clima e Inteligentes até 2030", também chamada de "Missão Cidades" foi anunciada esta quinta-feira pela Comissão Europeia.

"Estou muito muito feliz, também do ponto de vista pessoal, uma vez que quando fui comissário europeu pensei, desenhei esta ideia da Europa criar estas missões europeias na área das cidades, do cancro, da energia, entre tantas outras áreas, e, portanto, foi algo que deixei na altura como um legado para os europeus", disse ao DN Carlos Moedas, pouco depois de saber que Lisboa tinha sido escolhida para este projeto. "Talvez seja um caso único, de ter sido comissário da Ciência, de ter criado estas ideias para a Europa, e agora vou ser eu que vou concretizar esta ideia em Lisboa. É interessante que agora como presidente da Câmara de Lisboa ir ao concreto daquilo que tinha imaginado na Comissão Europeia".

Esta "Missão Cidades" tem um orçamento de 360 milhões de euros financiados pelo Horizonte Europa até 2023 e tem como objetivo a criação de projetos de inovação rumo à neutralidade climática. Cabe agora à Comissão Europeia convidar as 100 cidades selecionadas a desenvolver contratos de cidades climáticas, que incluirão um plano global de neutralidade climática em todos os setores, tais como energia, edifícios, gestão de resíduos, transportes, bem como os respetivos planos de investimento. De referir que estas 100 cidades agora escolhidas representam 12% da população total da União Europeia.

Na opinião do presidente da Câmara de Lisboa, esta escolha "é um selo de qualidade muito importante para a cidade" e para a escolha da capital portuguesa terá sido determinante "ter medidas muito concretas para combater as alterações climáticas". "Os transportes públicos gratuitos para os mais novos e para os mais velhos, a questão de mudar a iluminação pública para lâmpadas LED, que poupa quase 80% de energia, a questão da Lisboa Solar e de ter todos estes painéis solares nos edifícios municipais para não só poupar energia, mas também ajudar comunidades que precisam, é a utilização das águas residuais para rega e para a lavagem das ruas e, portanto, no fundo, é o reconhecimento europeu de que as medidas que estamos a caminhar em Lisboa vão no sentido certo", enumerou o autarca, sublinhando que 36% do orçamento camarário, cerca de 500 milhões de euros, são dedicados ao combate às alterações climáticas.

Para Carlos Moedas, o facto de um país da dimensão de Portugal ter três cidades nesta missão da União Europeia "é muito bom sinal e felicito também os meus colegas do Porto e de Guimarães". "Fiquei muito contente, porque sei que estas decisões da Comissão Europeia são decisões baseadas apenas e só no mérito das propostas, naquilo que é a parte técnica, ou seja, não há envolvimento e escolha política. Se estas cidades foram escolhidas é porque são realmente as melhores, é porque têm um plano que é o melhor do melhor que há na Europa", explicou.

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