Líder do Turismo do Centro é candidato à Figueira mas quer manter-se no cargo

O presidente do Turismo do Centro - que deverá ser candidato pelo PSD à Câmara da Figueira da Foz - tenciona continuar a exercer o cargo em simultâneo, só deixando o lugar vago "se e quando for eleito", revelou ao DN..O nome de Pedro Machado foi aprovado pela comissão política concelhia já há mais de um mês, mas faltará ainda acertar algumas agulhas com a estrutura nacional do partido. "É um processo que ainda não está fechado, carece de maturação, mas resulta do apoio de muita gente e de múltiplas manifestações, sobretudo de pessoas da Figueira da Foz e de organizações de todos os quadrantes políticos", adianta Pedro Machado, sublinhando os apoios de Miguel Poiares Maduro, Maló de Abreu e Salvador Malheiro, todos da atual direção nacional do PSD. "São tudo nomes que me têm vindo a desafiar para esta candidatura. Mas será sempre uma candidatura acima de partidos, de acordo com o exemplo que tenho dado nos últimos 15 anos", sustenta o presidente da comissão executiva da Turismo Centro Portugal, apesar de ser militante do PSD e ter sido já dirigente do partido..Natural de Tentúgal, diz que, como qualquer um dos vizinhos da Figueira, "é a sua praia natural", e que por isso "é preciso mudar aquela página". A experiência autárquica de Pedro Machado diz respeito a uma dúzia de anos como vice-presidente da Câmara de Montemor-o-Velho. Mas desde 2008 que lidera o o Turismo na Região Centro, sendo reconfirmado no cargo em 2018 ao ser eleito presidente da comissão executiva da Turismo Centro Portugal, a entidade regional de turismo que engloba cem concelhos, entre eles alguns cartões-de-visita do turismo em Portugal, onde a Figueira da Foz é um deles.."A Turismo do Centro tem os seus órgãos eleitos e a sua comissão executiva em plenas funções, e até à confirmação dessa notícia não deixará de ter a sua vida absolutamente normal", afirma ao DN. Da comissão executiva que foi eleita em 2018 já só restam Pedro Machado, Ribau Esteves (presidente da Câmara de Aveiro, eleito pelo PSD) e o vice-presidente da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP), Jorge Almeida..Do órgão faziam parte os socialistas Maria do Céu Albuquerque, então presidente da Câmara de Abrantes, que deixou o cargo para se tornar ministra da Agricultura, e João Azevedo, então presidente da Câmara de Mangualde, que deixou o cargo para assumir o lugar de deputado na Assembleia da República, depois de ter sido cabeça-de-lista do PS por Viseu, nas legislativas de 2019. Ambos seriam substituídos pelos atuais presidentes da Câmara da Lousã, Luís Antunes, e Anabela Freitas, de Tomar.."Só se eu sair e for eleito é que a Turismo do Centro de Portugal terá que avaliar a situação. O cargo emana da Associação dos Municípios do Turismo do Centro de Portugal, e, portanto, é um cargo eminentemente equiparado à gestão de autarquias. Não é um cargo de descentralização do Governo. E eu não conheço nenhum presidente de câmara que tenha suspenso a sua presidência no período que antecede a pré-campanha e a campanha eleitoral. Da mesma maneira, o Presidente da República exerceu a função até ao dia das eleições. O que significa que, à luz da lei, não vejo que essa questão se ponha nesta fase", diz Pedro Machado ao DN..Mas logo que a notícia da candidatura de Pedro Machado começou a circular, sucederam-se movimentações na região centro, apontando o nome de Walter Chicharro, atual presidente da Câmara da Nazaré, como hipotético sucessor, tal como o próprio confirmou ao DN. "Já recebi telefonemas de vários colegas da região centro a sondarem a possibilidade de eu estar disponível para avançar para o Turismo do Centro. Encaro-o como um reconhecimento do trabalho de agigantamento da marca Nazaré, e que assim me reconhecem capacidade para esse lugar." Mas Chicharro - que além de autarca é também presidente da Federação Distrital do PS de Leiria - acabou de ser indicado pela concelhia do partido como (re)candidato ao terceiro e último mandato na Nazaré.."Nunca escondi a ninguém que a área do marketing turístico e territorial me agrada muito, até pela minha formação, mas também pelo envolvimento que tenho tido nessa área. Não ponho de parte essa possibilidade, de vir a assumir um cargo semelhante e ter responsabilidades nessa área, seja na região centro ou noutra entidade ligada ao turismo. Mas nesta altura a Nazaré tem preferência sobre qualquer convite ou desafio que pudesse surgir", afirma..E se alguém do partido ou do Governo lhe pedisse para assumir essa missão? "A minha resposta seria "nim", porque não me foi pedido nada", conclui. Ainda assim, acredita que "depois de ter tornado a Nazaré uma marca global, de ver o concelho exposto em Times Square, numa campanha do Turismo de Portugal, é nesta área que eu quererei estar no futuro". Além disso, diz-se um "um bocadinho farto de ver o eixo Aveiro-Viseu sempre em supremacia na região centro", o que o o impele para ver mudanças na entidade regional de turismo.

Líder do Turismo do Centro é candidato à Figueira mas quer manter-se no cargo

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