A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia tem em carteira pedidos de informação prévia e manifestações de interesse em terrenos correspondentes a um investimento potencial de 3,5 mil milhões de euros. O presidente da Gaiurb - Urbanismo e Habitação reconhece que os quase 650 milhões de euros de investimento público, designadamente na expansão do Metro e no TGV, que se espera que chegue ao concelho em 2030, ajudam à atratividade do município. “Estamos a falar de investimento que não é exclusivamente municipal, é também nacional e de fundos europeus, mas que ajuda a dar aos investidores um grande sinal de confiança na própria cidade”, sustenta António Miguel Castro. .Aliás, o responsável da Gaiurb mostra-se convicto de que o que está agora a ser semeado possa “ser um grande estímulo para que, no futuro, o investimento seja bastante mais exponencial” do que é agora. Mesmo assim, e de acordo com a monitorização que a câmara tem feito, “contabilizando os 650 milhões de investimento em mobilidade, e contabilizando os investimentos que o município tem feito em pavilhões desportivos, em três centros de cuidados continuados - que estão lançados os procedimentos e que vamos iniciar as obras -, creches, etc., a métrica que temos encontrado é que cada euro público se reproduz num potencial de sete a oito euros privados”..Desde 2020, e só na área da hotelaria, Gaia tem vindo a licenciar - emissão de licença de construção, de licença de utilização ou a entrada de novos processos - uma média de 14 unidades ao ano. “É um número bastante significativo para aquilo que era a realidade do nosso município”, sublinha. Na indústria, são mais de 30 novos projetos, de que são exemplos a ampliação da unidade de bicicletas da RTE, uma das maiores da Europa, a expansão da Sogrape, na sua sede em Avintes, ou o novo centro logístico da Garland..Contabilizando as licenças de construção e de utilização emitidas em 2024 e os projetos novos entrados, António Miguel Castro contabiliza um investimento total acumulado da ordem dos 2,4 mil milhões de euros, com especial destaque para a hotelaria. Só a United Investments Portugal, que detém o Pine Cliffs Resort e o Sheraton Cascais, propõe-se investir 200 milhões de euros num complexo residencial e turístico de luxo, na emblemática Quinta Marques Gomes. O projeto de luxo na antiga Seca do Bacalhau contempla investimento de 60 milhões..A “agilidade” no licenciamento é “absolutamente fundamental”, reconhece o presidente da Gaiurb, que deverá, até março, apresentar a sua estrutura de acompanhamento do investimento, numa lógica de premium boarding..Destaque, ainda, para a estratégica local de habitação, ao abrigo da qual o município pretende investir 143 milhões de euros, tendo cabimentado já para este ano 90 milhões de construção pública em vários modelos, incluindo o arrendamento acessível. “Estamos a falar de mais de 400 habitações públicas que vamos colocar no mercado. São mais 14% do que temos hoje e que terão de estar prontas até junho de 2026. Mas queremos chegar às 500”, explica..Entretanto, a autarquia abriu um procedimento de oferta pública para a construção de 2000 fogos, em regime de Habitação a Custos Controlados, que deverão ser edificadas em terreno da propriedade dos promotores, construídas e executadas pelos candidatos.