Fecho do percurso do Ginjal já tinha sido discutido em reunião de câmara. Autarca de Almada reconheceu que situação era “preocupante”.
Fecho do percurso do Ginjal já tinha sido discutido em reunião de câmara. Autarca de Almada reconheceu que situação era “preocupante”.Foto: Leonardo Negrão

Em estado de alerta, Almada interdita Cais do Ginjal

Percurso desde Cacilhas até à zona dos restaurantes foi encerrado até 1 de maio. Mas proibição pode ser prolongada.
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Devido ao “acelerar da degradação”, a Câmara Municipal de Almada (CMA) decidiu interditar a circulação de pessoas no Cais do Ginjal, na zona ribeirinha do munícipio, em frente ao rio Tejo. Para tomar esta decisão, a autarquia almadense decidiu decretar Situação de Alerta, conforme a Lei de Bases da Proteção Civil.

Esta situação, explicou a CMA numa nota, foi potenciada pelos “vários eventos meteorológicos e fenómenos naturais”, obrigando assim a encerrar “a circulação naquele espaço”, de modo a que se possam repor “as condições que possibilitem a sua utilização em plena segurança”.

A interdição, anunciou a autarquia, vai desde as “proximidades do terminal fluvial de Cacilhas” até aos restaurantes que estão na zona do Olho de Boi. Como alternativa, a Câmara Municipal de Almada recomenda que se realize o percurso pela Rua Elias Garcia (ou seja, numa artéria paralela ao percurso ribeirinho), descendo para a zona dos restaurantes pelo Elevador da Boca do Vento. Devido a estas intervenções, a autarquia vai realizar obras de “requalificação da escadaria” junto ao elevador, localizado na encosta adjacente ao Cais do Ginjal. Além disso, divulgou a CMA, vai haver um “reforço da linha 3005 da Carris Metropolitana, que liga o interface de Cacilhas ao Largo da Boca do Vento, com uma paragem na Rua da Cerca, situada a cerca de 200 metros do elevador”.

Esta interdição estará em vigor até dia 1 de maio, mas pode vir a ser renovada.

Segundo o que foi divulgado pela autarquia, houve “um acompanhamento por parte do município”, com “visitas técnicas do Serviço Municipal de Proteção Civil, da área social e dos serviços técnicos (engenharia e jurídicos)”. No entanto, a Câmara Municipal de Almada lamenta ter encetado, “sem sucesso”, outras ações, como “a notificação aos proprietários do edificado, a notificação para realização de obras junto da Administração do Porto de Lisboa (APL) e apresentada proposta concreta junto do Governo, para encontrar uma solução que possibilite a reabilitação daquele espaço”.

Apesar de só agora ter sido decretada esta proibição, o assunto já tinha sido discutido em reunião do executivo camarário. Em março, a vereadora Joana Mortágua, do BE, pediu uma solução para o “queijo suíço em que se transformou o Ginjal”, devido aos buracos ali existentes. “Aquela passagem, que dá acesso a dois restaurantes da moda à noite, mesmo no verão não é iluminada e tem buracos que dão para o rio”, referiu a bloquista, acrescentando ser uma “questão de tempo” até haver “uma tragédia”. Em resposta, Inês de Medeiros (PS), presidente da CMA reconheceu que a questão era “preocupante” e garantiu que “quando a Proteção Civil” dissesse que “está intransitável”, o percurso seria fechado - algo que acabou por acontecer esta quinta-feira.

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