Em estado de alerta, Almada interdita Cais do Ginjal
Devido ao “acelerar da degradação”, a Câmara Municipal de Almada (CMA) decidiu interditar a circulação de pessoas no Cais do Ginjal, na zona ribeirinha do munícipio, em frente ao rio Tejo. Para tomar esta decisão, a autarquia almadense decidiu decretar Situação de Alerta, conforme a Lei de Bases da Proteção Civil.
Esta situação, explicou a CMA numa nota, foi potenciada pelos “vários eventos meteorológicos e fenómenos naturais”, obrigando assim a encerrar “a circulação naquele espaço”, de modo a que se possam repor “as condições que possibilitem a sua utilização em plena segurança”.
A interdição, anunciou a autarquia, vai desde as “proximidades do terminal fluvial de Cacilhas” até aos restaurantes que estão na zona do Olho de Boi. Como alternativa, a Câmara Municipal de Almada recomenda que se realize o percurso pela Rua Elias Garcia (ou seja, numa artéria paralela ao percurso ribeirinho), descendo para a zona dos restaurantes pelo Elevador da Boca do Vento. Devido a estas intervenções, a autarquia vai realizar obras de “requalificação da escadaria” junto ao elevador, localizado na encosta adjacente ao Cais do Ginjal. Além disso, divulgou a CMA, vai haver um “reforço da linha 3005 da Carris Metropolitana, que liga o interface de Cacilhas ao Largo da Boca do Vento, com uma paragem na Rua da Cerca, situada a cerca de 200 metros do elevador”.
Esta interdição estará em vigor até dia 1 de maio, mas pode vir a ser renovada.
Segundo o que foi divulgado pela autarquia, houve “um acompanhamento por parte do município”, com “visitas técnicas do Serviço Municipal de Proteção Civil, da área social e dos serviços técnicos (engenharia e jurídicos)”. No entanto, a Câmara Municipal de Almada lamenta ter encetado, “sem sucesso”, outras ações, como “a notificação aos proprietários do edificado, a notificação para realização de obras junto da Administração do Porto de Lisboa (APL) e apresentada proposta concreta junto do Governo, para encontrar uma solução que possibilite a reabilitação daquele espaço”.
Apesar de só agora ter sido decretada esta proibição, o assunto já tinha sido discutido em reunião do executivo camarário. Em março, a vereadora Joana Mortágua, do BE, pediu uma solução para o “queijo suíço em que se transformou o Ginjal”, devido aos buracos ali existentes. “Aquela passagem, que dá acesso a dois restaurantes da moda à noite, mesmo no verão não é iluminada e tem buracos que dão para o rio”, referiu a bloquista, acrescentando ser uma “questão de tempo” até haver “uma tragédia”. Em resposta, Inês de Medeiros (PS), presidente da CMA reconheceu que a questão era “preocupante” e garantiu que “quando a Proteção Civil” dissesse que “está intransitável”, o percurso seria fechado - algo que acabou por acontecer esta quinta-feira.