Comandante Luís Elias lidera o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Comandante Luís Elias lidera o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.FOTO: Leonardo Negrão

Comandante da PSP diz que perceção de segurança melhorou na maioria dos bairros municipais de Lisboa

Comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP aponta, ainda assim, para “algumas bolsas de insegurança” ligadas ao tráfico de droga.
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A “grande maioria” dos bairros municipais de Lisboa “melhorou francamente a perceção de segurança” nos últimos 30 anos, afirmou esta quinta-feira, 23 de outubro, o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, apontando para “algumas bolsas de insegurança” ligadas ao tráfico de droga.

“Os bairros hoje não têm o estigma que já tiveram no passado, não só pela melhoria das infraestruturas como pelo cuidado na manutenção e também na segurança”, afirmou Luís Elias, numa conferência para assinalar os 30 anos da empresa municipal Gebalis, responsável pela gestão dos bairros camarários.

O comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, que acompanhou as últimas três décadas de transformação da cidade enquanto polícia, considerou que “houve uma mudança radical” com a construção de habitação municipal, assim como a aposta em equipamentos para servir as comunidades.

“A mudança habitacional que foi feita no sentido de realojar pessoas e famílias que no passado viviam em barracas ou em habitações muito precárias, com toda a marginalidade que estava associada em algumas destas zonas, foi fundamental para a segurança da cidade”, indicou Luís Elias, referindo que hoje há “um contínuo” quanto à habitação em Lisboa e “não se consegue identificar o que é que são, efetivamente, os bairros municipais”.

Segundo o responsável da PSP, “a grande maioria dos bairros” municipais de Lisboa, “com exceção de um ou dois”, “melhorou francamente a perceção a segurança”.

“Por exemplo, o Bairro da Quinta do Condado, que já se designou de Zona J de Chelas, hoje em dia não tem nada a ver com o que foi há 20 ou 30 anos, em termos até de perceção de insegurança”, expôs.

Apesar dessa evolução positiva, “nem tudo está bem, porque, infelizmente, se mantêm algumas bolsas [de insegurança] em algumas zonas que são conhecidas, nomeadamente ligadas ao tráfico de estupefacientes”, adiantou o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, referindo que está a trabalhar para resolver o problema.

“Sendo que o problema não pode ser só resolvido pelas forças de segurança, porque há aqui uma dimensão social e de saúde também que tem de estar a montante, porque, como é sabido, a legislação nacional trata, por exemplo, a toxicodependência como um problema de saúde pública e é importantíssimo que os poderes públicos continuem a apoiar esses programas de apoio à toxicodependência ou reintegração dos toxicodependentes”, ressalvou Luís Elias, reforçando que é muito importante que esses programas se mantenham e que não haja um desinvestimento nos mesmos.

O responsável da PSP destacou ainda “a teoria das janelas quebradas”, com a questão do vandalismo do património, considerando que tem existido uma preocupação para que haja constante reparação e melhoria dos imóveis, “o que contribui também para a perceção pública da segurança”, assim como a iluminação pública e a limpeza, como fatores que também contribuem para esta perceção, além do trabalho da polícia.

O comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP enalteceu também o policiamento de proximidade, com muitos projetos desenvolvidos em parceria com associações de moradores e associações culturais, destacando o projeto RADAR com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para acompanhar idosos isolados, assim como o encaminhamento dos casos de delinquência juvenil.

Como desafio da gestão da habitação municipal, Luís Elias apontou a integração das pessoas, em particular das que vivem em condição socioeconómica desfavorecida, proporcionando-lhes “mais oportunidades”, defendendo que “não é só a aposta na habitação que é importante, é tudo o resto”.

O administrador da Gebalis Miguel Silva Pereira destacou o desenvolvimento de projetos sociais nos bairros municipais, tais como o Talentos do Bairro e o Bora Mexer, referindo que essa dinamização permite o “empoderamento” dos moradores e mostrar que “os bairros produzem, só precisam da oportunidade, porque a qualidade está lá, igual ao resto da cidade e do país”.

Atualmente, a Gebalis gere 66 bairros municipais de Lisboa, num total de cerca de 22 mil casas.

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