Zelensky diz que Rússia está a usar guerra para se vingar da Europa
Para Zelensky, "o sonho de uma Europa pacífica só pode ser alcançado com a Ucrânia e apenas com a derrota da Rússia".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou esta quinta-feira Moscovo de usar as suas forças armadas para "se vingar" da Ucrânia, mas também da Europa que apoia Kiev contra a invasão russa.
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"A Rússia está a concentrar as suas forças, todos sabemos disso. Quer vingar-se não só da Ucrânia, mas também da Europa livre", disse o líder ucraniano, numa conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Kiev.
Para Zelensky, "o sonho de uma Europa pacífica só pode ser alcançado com a Ucrânia e apenas com a derrota da Rússia".
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A conferência de imprensa conjunta decorreu pouco antes de uma reunião de trabalho entre a equipa de Von der Leyen -- que está na capital ucraniana com 14 comissários e com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell - e a de Volodymyr Zelensky.
Na sexta-feira, uma cimeira União Europeia (UE)- Ucrânia será realizada em Kiev com Von der Leyen, Zelensky e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vários meses depois de a Ucrânia ter obtido o seu estatuto de candidato oficial à adesão ao bloco comunitário.
Zelensky já tinha dito que a cimeira de sexta-feira é um "passo lógico e importante" para a "integração" da Ucrânia na UE.
O processo de adesão à UE pode, no entanto, demorar vários anos, sendo os critérios estabelecidos por Bruxelas, em termos considerados muito rigorosos, nomeadamente no que diz respeito à verificação de medidas contra a corrupção, um problema que atinge a Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.