Um morto e 70 feridos após voo que partiu de Londres ter sofrido “severa turbulência”
ROSLAN RAHMAN / AFP

Um morto e 70 feridos após voo que partiu de Londres ter sofrido “severa turbulência”

Voo da Singapore Airlines que fazia uma viagem de Londres para Singapura teve de ser desviado para Banguecoque nesta terça-feira.
Publicado a
Atualizado a

Uma pessoa morreu e cerca de 70 ficaram feridas durante um voo da Singapore Airlines que passou por uma “severa turbulência” que fazia uma viagem de Londres para Singapura antes de ser desviado para Banguecoque (Tailândia) nesta terça-feira, informou a empresa.

“Podemos confirmar que há feridos e uma morte a bordo do Boeing 777-300ER. Havia um total de 211 passageiros e 18 tripulantes a bordo”, disse a companhia aérea no Facebook.

Dados de sites rastreamento de voos, como o Flight Radar, sugeriram que o avião caiu mais de 1.800 metros (6.000 pés) em apenas cinco minutos, causando vários ferimentos na cabeça às pessoas a bordo.

Este é o mais recente incidente envolvendo um avião Boeing, depois de um painel da fuselagem de um 737 MAX da Alaska Airlines ter explodido em janeiro, bem como dois acidentes fatais terem ocorrido  2018 e 2019.

A Singapore Airlines disse que o voo SQ321 descolou do aeroporto de Heathrow, em Londres, e “encontrou turbulência repentina e extrema” a 11.300 metros (37.000 pés) sobre a bacia do Irrawaddy, em Myanmar.

Kittipong Kittikachorn, diretor do Aeroporto de Suvarnabhumi, disse que o passageiro que morreu era um britânico de 73 anos.A maioria dos ferimentos foi causada por golpes na cabeça, disse Kittipong.

O Hospital Samitivej Srinakarin de Banguecoque disse que um total de 71 pessoas foram enviadas para tratamento, seis delas gravemente feridas.

“Pedimos desculpas profundamente pela experiência traumática que os nossos passageiros e tripulantes sofreram neste voo. Estamos a prestar toda a assistência necessária durante este momento difícil”, disse a Singapore Airlines.

Dos passageiros, 56 eram australianos, 47 britânicos e 41 de Singapura, informou a companhia aérea.

O incidente ocorreu quando partes da Tailândia foram atingidas por tempestades no início da estação chuvosa anual do país.

“Às 15h35, o aeroporto recebeu um pedido de socorro do voo da Singapore Airlines dizendo que havia passageiros a bordo feridos pela turbulência e solicitando uma aterragem de emergência”, disse o aeroporto de Suvarnabhumi, em comunicado.

“O avião pousou no aeroporto e a equipa médica foi enviada para tratar todos os feridos”. Veículos de emergência correram para a pista do principal aeroporto da capital tailandesa com luzes a piscar e sirenes a tocar depois de o Boeing 777 com destino a Singapura ter aterrado.

Singapura vai enviar equipa de investigação

O Ministério dos Transportes de Singapura disse que enviará investigadores para Banguecoque, enquanto o presidente da cidade-estado, Tharman Shanmugaratnam, disse que “devemos esperar e rezar” para que os feridos se recuperem.

A Boeing disse já estar “pronta para apoiar” a Singapore Airlines.

“Estendemos as nossas mais profundas condolências à família que perdeu um ente querido e os nossos pensamentos estão com os passageiros e a tripulação”, disse a Boeing na plataforma de mídia social X.

A gigante da aviação dos EUA tem sido abalada por uma série de problemas nos últimos anos e em março anunciou a saída do CEO Dave Calhoun, numa altura em que enfrenta um intenso escrutínio sobre os padrões de segurança e de fabrico.

A empresa tem o prazo final de maio para apresentar um plano exigido pela Administração Federal de Aviação dos EUA, que limitou a produção do MAX até que a empresa mostre progresso na segurança e no controlo de qualidade.

E em Setembro, a empresa enfrenta ainda uma potencial greve de 30.000 trabalhadores se não conseguir chegar a um contrato com a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais.

Os cientistas há muito que alertam que as alterações climáticas poderão aumentar a chamada turbulência de ar limpo, que é invisível ao radar.

Um estudo de 2023 descobriu que a duração anual da turbulência de ar limpo aumentou 17% entre 1979 e 2020, com os casos mais graves a aumentarem mais de 50%.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt