O setor do alumínio, a frota fantasma, os bancos e até as consolas de jogos são o último alvo das sanções europeias contra a Rússia, que receberam esta quarta-feira luz verde dos embaixadores da União Europeia (UE) e devem ser oficialmente aprovadas pelos ministros dos Negócios Estrangeiros na segunda-feira, no terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia. O 16.º pacote de sanções surge numa altura em que a UE procura afinar posições, depois de ter sido deixada à margem do diálogo entre os EUA e a Rússia.A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, congratulou-se pela aprovação do novo pacote de sanções. “A UE está a reprimir ainda mais a evasão [das sanções], visando mais embarcações da frota fantasma de [Vladimir] Putin e impondo novas proibições de importação e exportação. Estamos empenhados em manter a pressão sobre o Kremlin”, escreveu no X. O texto das sanções ainda não foi revelado oficialmente, mas alguns pormenores já vieram a público. Uma das medidas é proibir a importação de alumínio primário russo (obtido diretamente a partir da bauxite, ao contrário do secundário, proveniente da “reciclagem” da sucata). Esta proibição já tinha sido equacionada, mas havia reticências de alguns Estados-membros que temiam o impacto económico - a Rússia ainda é fonte de 6% das importações de alumínio primário da UE, metade do valor de 2022.Outro alvo são os navios da frota fantasma - usados pela Rússia para fugir às sanções comerciais, nomeadamente relacionadas com o setor petrolífero. A UE sanciona mais 73 navios da frota (num total de 150, ainda assim uma fração dos pelo menos 600 que se estima estão a ser usados), aprovando ainda medidas contra 53 empresas que são usadas para facilitar essa evasão. São ainda sancionados os próprios tripulantes desses navios. As sanções visam ainda 13 bancos russos, que são afastados do sistema de pagamentos eletrónicos SWIFT, e proíbem a venda de consolas de jogos, joysticks e simuladores de voo que podem ser usados pelos russos para controlar drones.Entretanto o presidente francês, Emmanuel Macron, realizou esta quarta-feira uma nova reunião com líderes europeus - incluindo alguns de países da UE que se tinham queixado de ter ficado de fora do primeiro encontro, na segunda-feira. A maioria dos países - incluindo Portugal - participaram à distância. Hungria e Eslováquia, cujos dirigentes são vistos como próximos de Putin, não estavam na lista dos 19 participantes, que incluía o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.