Os países da União Europeia têm cinco anos para “desenvolver e adquirir as capacidades necessárias para a guerra moderna”, com o executivo de Ursula von der Leyen a alertar que “até 2030, a Europa necessita de uma postura de defesa europeia suficientemente forte para dissuadir os seus adversários de forma credível e responder a qualquer agressão”, conforme se pode ler no plano “Preservar a Paz - Roteiro sobre a Prontidão no domínio da defesa 2030”, um documento de 16 páginas apresentado esta quinta-feira, 16 de outubro, em Bruxelas e que será discutido pelos líderes dos 27 no Conselho Europeu da próxima quinta-feira.“As ameaças recentes mostraram que a Europa está em risco. Temos de proteger todos os cidadãos e centímetros quadrados do nosso território, e a Europa deve responder com unidade, solidariedade e determinação. O roteiro sobre a defesa que hoje [ontem] apresentámos define um plano claro com objetivos comuns e marcos concretos até 2030, porque só se pode concretizar o que se consegue medir”, afirmou a presidente do executivo comunitário. Com a líder da diplomacia europeia, Kaja Kallas, a reforçar que “o perigo não desaparecerá mesmo quando a guerra na Ucrânia terminar. É evidente que precisamos de reforçar as nossas defesas contra a Rússia”.Este roteiro, que havia sido pedido pelos líderes dos 27 no Conselho Europeu de junho, contém quatro projetos emblemáticos: a iniciativa de Defesa Europeia Antidrones, a Vigilância do Flanco Leste, o Escudo Aéreo Europeu e o Escudo Espacial Europeu. Iniciativas que, segundo Ursula von der Leyen, “permitirão reforçar as nossas indústrias de defesa, acelerar a produção e manter o nosso apoio de longa data à Ucrânia.” Bruxelas ainda não definiu um valor para os projetos, pois, segundo referiu ontem o comissário europeu da Defesa e do Espaço, Andrius Kubilius, os líderes dos 27 países do bloco terão de concordar primeiro com os pormenores destas iniciativas antes dos custos dos mesmos serem calculados.Entre estes projetos emblemáticos existem dois - a Defesa Europeia Antidrones (a versão atualizada do muro de drones) e a Vigilância do Flanco Leste (que visa “fortalecer as fronteiras orientais da UE por terra, ar e mar”) - que o executivo comunitário considera serem mais urgentes face às “recentes violações repetidas do espaço aéreo dos Estados-membros da UE”, de forma a “criar uma capacidade europeia flexível, ágil e de ponta para combater os veículos aéreos não tripulados”. “Embora os Estados-membros da fronteira oriental enfrentem a maior ameaça direta da Rússia e da Bielorrússia, tal ameaça pode atingir qualquer Estado-Membro, como demonstrado por incidentes recentes”, pode ler-se no documento, e que responde às críticas dos países do oeste e sul da Europa, que se queixavam que o projeto inicial do muro de drones se concentrava apenas na zona leste. De acordo com o plano ontem revelado, a Comissão Europeia pretende que os dois projetos estejam na sua capacidade inicial até ao final do próximo ano, com o novo muro de drones a estar totalmente operacional um ano depois e a vigilância do flanco no final de 2028.Quanto ao Escudo Aéreo Europeu, que servirá de defesa contra mísseis e outras ameaças aéreas, e ao Escudo Espacial Europeu, que pretende proteger os ativos e os serviços espaciais europeus, o objetivo é que sejam lançados no segundo trimestre de 2026..Líderes europeus partilham dúvidas sobre defesa numa conversa que só acabará no dia 23