Aproximam-se dias intensos de diplomacia ao mais alto nível: cimeira dos países mais ricos (G7) nos dias 15 a 17 no Canadá; cimeira da NATO nos dias 24 e 25 nos Países Baixos; e Conselho Europeu nos dias 26 e 27, na Bélgica. A guerra na Ucrânia é um tema transversal e, até lá, afinam-se posições. Foi o caso da reunião Weimar+, em Roma, que juntou vários chefes da diplomacia europeia e o secretário-geral da Aliança Atlântica. “Precisamos de acabar com esta guerra, estamos prontos para acabar com ela e queremos acabar com ela este ano. E é muito importante pressionar o agressor para alcançar a paz e iniciar negociações de paz importantes”, disse o ministro ucraniano Andrii Sybiha na conferência de imprensa. O desejo expresso pelo chefe da diplomacia ucraniana foi ao encontro de declarações produzidas na véspera pelo homólogo italiano. “Acredito que só no final do ano, nos últimos meses do ano, poderemos alcançar um resultado positivo” na guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “A Rússia não parece querer acelerar o processo de cessar-fogo, também por razões económicas, que são absolutamente inaceitáveis. Putin converteu toda a sua indústria numa indústria bélica e, por isso, seria difícil para ele recuar rapidamente, pois pagaria um preço muito elevado do ponto de vista económico”, afirmou Antonio Tajani..“Está tudo nas suas mãos [de Donald Trump]... A força do pacote de sanções depende dele. A velocidade com que as decisões serão tomadas depende dele.”Volodymyr Zelensky. “Dentro de uma semana, completam-se 100 dias desde que a Ucrânia aceitou a proposta de cessar-fogo dos EUA. A Rússia não a aceita e rejeita um encontro com Zelensky. Moscovo apresentou ultimatos irrealistas em Istambul, mas não alterou a sua retórica e demonstra de forma exaustiva como é inadequada. Tudo isto confirma que a diplomacia não funciona com a Rússia, pois esta não aceita a paz. Só a pressão política e económica pode forçar a Rússia a procurar a paz”, considerou Sybiha. Essa pressão poderá ser feita diretamente pelo presidente ucraniano ao homólogo dos EUA no G7. Estará de novo sob o mesmo teto que Trump na cimeira da NATO, mas apenas no jantar oferecido pelo rei dos Países Baixos. Nesta quinta-feira, o presidente dos EUA voltou a mostrar-se descontente com o rumo dos esforços diplomáticos. "Estou muito desapontado com a Rússia, mas também estou desapontado com a Ucrânia porque acho que poderiam ter sido feitos acordos", disse Trump. A reunião Weimar+, que juntou os países do chamado triângulo de Weimar (Alemanha, França e Polónia) à Itália, Reino Unido e Espanha, e à alta representante da União Europeia Kaja Kallas, acolheu pela primeira vez o secretário-geral da NATO. .“Temos de certificar que a Ucrânia está na melhor posição possível quando surgir um cessar-fogo/acordo de paz a longo prazo, para garantir que Putin nunca mais o tentará.”Mark Rutte.Mark Rutte, além de reiterar a necessidade de os países investirem mais em Defesa, lembrou que a Europa tem de produzir mais. “Não estamos a produzir o suficiente e isso está a tirar-me o sono. Temos de garantir que não só aumentamos as despesas, mas também a produção industrial de defesa.” Não só pela Ucrânia, mas para que a Rússia não seja tentada a outras aventuras militares. “Ouvimos o chefe da Defesa alemão [Carsten Breuer] dizer há dias que, por volta de 2029, por volta de 2030, a Rússia poderá estar pronta para tentar algo contra o território da NATO. Estamos seguros agora. Não estaremos seguros daqui a três ou cinco anos, por isso teremos de gastar mais”, disse o antigo primeiro-ministro neerlandês.