A Ucrânia lançou este domingo um ataque "em larga escala" com drones sobre bases aéreas em cinco regiões russas, na véspera de uma nova ronda de conversações de paz, a realizar-se na Turquia. Terão sido atingidos mais de 40 aviões, incluindo bombardeiros estratégicos, que seriam os principais alvos da operação.Entre os aparelhos atingidos pelos drones ucranianos encontram-se bombardeiros estratégicos Tu-95 e Tu-22. O Tu-95 foi inicialmente desenvolvido para transportar bombas nucleares, sendo agora utilizado para lançar mísseis de cruzeiro.Os drones ucranianos conseguiram alcançar a base russa de Belaya, na Sibéria, que se encontra a mais de 4300 quilómetros das linhas da frente de guerra. Esta é a primeira vez que tal acontece desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, havendo relatos de um incêndio nas instalações militares. . Os serviços de informações ucranianos, citados pela Reuters, indicam que mais de quatro dezenas de aviões russos foram atingidos. O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o ataque ucraniano contra instalações militares nas regiões de Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur. Segundo Moscovo, quase todos os drones foram repelidos, com exceção de Murmansk e Irkutsk, onde "vários aviões ficaram em chamas".A publicação Ukrainska Pravda avança que a operação, designada "Teia de Aranha", terá sido preparada ao longo de mais de 18 meses. Os drones ucranianos terão sido transportados secretamente para a Rússia e escondidos em pequenas estruturas de madeira montadas em camiões.. Já a Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou pelo menos 472 drones sobre o território ucraniano entre sábado e domingo, além de sete mísseis.Na frente diplomática, o presidente ucraniano anunciou o envio de uma delegação a Istambul, na Turquia, para uma nova ronda de conversações diretas com a Rússia, agendada para esta segunda-feira. A delegação de Kiev será chefiada pelo ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, afirmou enfatizou: "Estamos a fazer tudo para proteger a nossa independência, o nosso Estado e o nosso povo". O chefe de Estado ucraniano reiterou a necessidade de "um cessar-fogo completo e incondicional" e o regresso de prisioneiros e "crianças sequestradas". O Governo ucraniano tinha exortado Moscovo a apresentar um memorando russo com as condições para o fim da guerra antes da reunião, ao que o Kremlin retorquiu que partilharia o documento durante as conversações. Atualmente, a Rússia controla menos de um quinto da Ucrânia, cerca de 113.100 quilómetros quadrados. .Português morre em combate na guerra da Ucrânia