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Ucrânia já sofreu mais de 800 ataques a infraestruturas ferroviárias este ano

A Rússia está a intensificar a ofensiva à rede ferroviária ucraniana. Desde julho, os ataques triplicaram e já causaram prejuízos de mil milhões de euros. Não há aeroportos civis operacionais.
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A Ucrânia está a sofrer uma intensificação dos ataques à sua rede ferroviária nos últimos meses. Só desde julho, o número de ataques triplicou e, desde o início do ano, já causaram prejuízos da ordem dos mil milhões de dólares, disse o vice-primeiro ministro ucraniano Oleksii Kuleba, com a tutela das Infraestruturas. Em causa está não só a intenção de destruir a capacidade logística do país, mas também a de impossibilitar a circulação de material militar.

“Se compararmos apenas os últimos três meses, os ataques triplicaram”, disse Kuleba. “Desde o início do ano, houve 800 ataques à infraestrutura ferroviária e mais de 3.000 instalações ferroviárias foram danificadas. O que temos observado nesses ataques crescentes é que eles visam, sobretudo, os comboios, tentando especificamente matar os maquinistas,” afirmou o governante, citado pelo The Guardian.

A ferrovia é crucial para o funcionamento de um país da dimensão da Ucrânia. A rede ferroviária transporta mais de 63% da carga do país – incluindo carregamentos de grãos – e 37% do tráfego de passageiros, de acordo com o serviço estatal de estatísticas. E, detalhe muito importante, é também por via ferroviária que costuma chegar a ajuda militar proveniente de países estrangeiros.

Nenhum aeroporto civil está operacional desde a invasão em larga escala da Rússia, pelo que a maioria das pessoas viaja para dentro e para fora do país – incluindo líderes mundiais em visita – de comboio.

“Não se trata apenas da quantidade [de ataques], mas também da abordagem das forças inimigas”, disse Oleksandr Pertsovskyi, chefe da ferrovia estatal ucraniana, Ukrzaliznytsia. “Agora, como eles têm drones Shahed muito precisos, estão a apontar a locomotivas específicas.” Entretanto foram acionadas algumas medidas para proteger melhor a rede, como, por exemplo, equipar os comboios com sistemas eletrónicos para neutralizar ataques de drones e formar equipas dedicadas à defesa aérea entre os funcionários da ferrovia.

No início deste ano, o edifício principal da estação em Lozova, na região de Kharkiv, foi um dos imensos que ficaram gravemente danificado com um ataque de drone. Outros ataques danificaram os carris. Apesar das agressões, os passageiros continuam a fazer fila para comprar bilhetes e a embarcar em comboios com destino a todo o país, relata o The Guardian.

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