O ucraniano detido em Itália por alegado envolvimento na sabotagem do gasoduto russo Nord Stream rejeitou esta sexta-feira, 22 de agosto, a sua extradição voluntária para a Alemanha, que será agora decidida em tribunal a partir de 3 de setembro.O arguido anunciou a sua decisão numa breve declaração perante o Tribunal de Recurso de Bolonha, negando também os crimes de que a justiça alemã o acusa, segundo a imprensa local..Polícia italiana detém suspeito de sabotar o gasoduto Nord Stream.O juiz confirmou a sua detenção na penitenciária de Rimini, onde se encontra detido desde quinta-feira, e convocou uma audiência para 3 de setembro para começar a discutir a entrega do suspeito à Alemanha, responsável pela investigação. O homem, de 49 anos, foi detido na quinta-feira, quando se encontrava de férias em Itália com a família, num hotel em San Clemente, informaram os 'Carabinieri' (polícia militar) num comunicado. A sua detenção, à qual não resistiu em nenhum momento, foi a primeira relacionada com este caso. O detido era procurado pela justiça alemã, que acreditava que este fazia parte de um grupo de pessoas que, em setembro de 2022, colocaram explosivos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no leito do mar Báltico, perto da ilha sueca de Bornholm.Segundo um comunicado do Ministério Público alemão (GBA) na quinta-feira, o detido terá sido um dos coordenadores da operação que envolveu um grupo de sabotadores que utilizaram um iate à vela que partiu do porto alemão de Rostock e tinha sido previamente fretado através de intermediários com documentos de identidade falsificados.Ao ser transferido hoje da prisão de Rimini para o tribunal, escoltado por agentes da polícia, o detido fez o gesto do tridente com a mão direita, o símbolo nacional ucraniano, perante os meios de comunicação social.De acordo com fugas de informação publicadas nos últimos anos pela imprensa alemã, o Ministério Público de Berlim, responsável pela investigação, acredita que um grupo de cidadãos ucranianos com ligações ao exército ucraniano está por trás do ato de sabotagem, embora não se saiba até que ponto o Governo de Kiev tinha conhecimento da operação.A explosão, em 26 de setembro de 2022, deixou um dos gasodutos inutilizável e causou sérios danos ao segundo.O gás não passava por nenhum dos gasodutos no momento do ataque, já que o Nord Stream 2 nunca foi inaugurado, e, através do Nord Stream 1, a empresa estatal russa Gazprom tinha interrompido pouco antes o fornecimento de gás para a Alemanha..Rússia concretiza anúncio e não reativa gasoduto Nord Stream