As negociações para um cessar-fogo na Ucrânia podem incluir uma "reunião especial" entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o russo, Vladimir Putin, segundo um assessor do primeiro, Mykhailo Podolyak..Podolyak referiu que, nas negociações, está a ser estudada uma "fórmula legal" para acomodar o estatuto das regiões pró-russas de Donetsk e Lugansk..Em declarações a um jornal polaco, o assessor de Zelensky explicou que, se for encontrada essa fórmula, poderão estar criadas as condições para um novo passo das negociações que inclua uma "reunião especial" entre os presidentes russo e ucraniano..Podolyak acrescentou que "as negociações são um processo de grande envergadura que envolve não só a Rússia e a Ucrânia", mas que também outros países, como a Polónia, estão indiretamente associados.."Não devemos limitar-nos a assinar um acordo. Queremos desenvolver um mecanismo concreto que garanta a nossa segurança no futuro", explicou o assessor, referindo-se às cláusulas que Kiev quer ver inscritas num eventual entendimento com Moscovo.."Até agora, as delegações russa e ucraniana permanecem firmes. A reconciliação das disputas pode demorar entre alguns dias a uma semana e meia. Nesse período, devemos aproximar-nos de um acordo de paz", disse Podolyak..O assessor defendeu que, após a conclusão de um acordo de paz, a Federação Russa não terá escolha a não ser começar imediatamente a retirar as suas forças militares do território ucraniano.."Assim que o acordo for assinado, a Convenção de Viena entrará em vigor para ambos os lados. E ela afirma claramente que o tratado de paz pode ser anulado se as partes em conflito não retirarem as tropas do território inimigo", explicou o assessor..A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU..A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.