O vulcão Klyuchevskoy, na península russa de Kamchatka, começou a entrar em erupção esta quarta-feira (30 de julho) após o forte terramoto e consequente tsunami registados no Pacífico, informou um serviço de monitorozição geológica russo.Em comunicado no Telegram, citado pela agência Reuters, o Serviço Geofísico Unificado da Academia Russa de Ciências publicou : "Uma descida de lava incandescente é observada na encosta oeste. Brilho intenso acima do vulcão, explosões."Localizado a cerca de 450 km (280 milhas) ao norte da capital regional, Petropavlovsk-Kamchatsky, Klyuchevskoy é um dos vulcões mais altos do mundo e entrou em atividade diversas vezes nos últimos anos, aponta a agência Reuters.O terramoto de magnitude 8,8 sentido na costa de Kamchatka, esta quarta-feira, danificou prédios e feriu várias pessoas na remota região russa, mas nenhuma morte foi relatada, de acordo com a agência noticiosa.Com epicentro na costa da Península de Kamchatka, na Rússia, o terramoto registado está entre os 10 terramotos mais fortes já registados, segund o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O terramoto gerou um tsunami com ondas de 3 a 4 metros que atingiu nesta quarta-feira parte do território russo, segundo informações do ministro regional para as situações de emergência, Sergei Lebedev, citado pela Reuters. Também a ilha de Sacalina e o arquipélago das Curilas - um território russo reivindicado pelo Japão - foram atingidos. Vários tsunamis inundaram as ruas e parte dos dois mil habitantes das Curilas foram retirados, de acordo com o Ministério de Situações de Emergência, citado pela Lusa.As autoridades dão conta de que terá havido registo de alguns feridos, mas não há registos de mortes. Vários outros países do Pacífico emitiram alertas de tsunami, do Japão ao Havai. Ao início da tarde, hora portuguesa, autoridades regionais russas na Península de Kamchatka e nas Ilhas Curilas informam que o alerta de tsunami foi cancelado em ambos os locais. No entanto, alertam ainda para a possibilidade de réplicas sísmicas e ondas decorrentes do tsunami ao longo das próximas horas.Também a China suspendeu o alerta de tsunami para Xangai e para costa da província vizinha de Zhejiang, que tinham sido ativados, informa a Associated Press (AP).O mesmo sucedeu já no Havai e no sul do Japão, onde foram reduzidos os níveid de alerta.No Havai foram suspensas as ordens de evacuação em todo o estado, mas mantém-se o alerta de tsunami em vigor.O major-general Stephen Logan, ajudante-geral do Departamento de Defesa do Estado do Havaí, disse que o alerta ainda em vigor significa que há potencial para fortes correntes e ondas perigosas, bem como inundações em praias ou portos.Já a Agência Meteorológica do Japão diminuiu o alerta de tsunami para um aviso na costa do Pacífico ao sul de Fukushima, mantendo o alerta ainda em vigor mais a norte.A costa Oeste dos EUA foi posta em alerta após o terramoto e, segundo o The Washington Post, as ondas iniciais atingiram Monterey, na Califórnia, às 00h48 de quarta-feira (hora local), de acordo com informações do Serviço Nacional de Meteorologia. Em São Francisco, as primeiras ondas chegaram por volta de 1h12.O Havai e o Alasca ficaram em prontidão para um eventual tsunami e vários voos foram desviados do aeroporto de Honolulu. Na capital do Havai soaram as sirenes de aviso e os pedidos para que a população se abrigasse nos andares superiores dos edifícios, numa altura em que o nível do mar subiu um metro em relação ao normal, em apenas meia hora, e as primeiras ondas atingiram a ilha, mas sem registos de feridos, informa a imprensa local.Também os estados da California, Washington e Oregon ficaram sob aviso de tsunami, ainda que de menor escala.De acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), o sismo de magnitude 8,8 na escala de Richter ocorreu por volta das 00:25 de Lisboa, a 20,7 quilómetros de profundidade, a 126 quilómetros da costa de Petropavlovsk-Kamchatsky, no extremo oriente russo.Esta magnitude é a mais forte registada em Kamchatka desde 05 de novembro de 1952, quando um terramoto de magnitude 9, ocorrido praticamente no mesmo local, provocou tsunamis devastadores em todo o Oceano Pacífico. O serviço sismológico de Kamchatka avisou que são esperadas réplicas de até 7,5.No Japão, imagens na televisão mostraram pessoas a sair de carro ou a pé para zonas mais elevadas, especialmente na ilha de Hokkaido, no norte do país, onde foi observado um primeiro tsunami com 30 centímetros de altura.. Os funcionários da central nuclear de Fukushima (norte), destruída por um forte terramoto e um tsunami em março de 2011, foram retirados, informou a operadora da infraestrutura."Não se aventurem no mar e não se aproximem da costa até que o alerta seja levantado", apelou a Agência Meteorológica Japonesa (JMA), que previu ondas de três metros."Os habitantes das regiões onde foram emitidos alertas devem retirar-se imediatamente para locais seguros, zonas elevadas ou edifícios de evacuação", insistiu o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi.O alerta nipónico abrangeu toda a costa norte e leste do arquipélago, até ao sul de Osaka, bem como as pequenas ilhas periféricas. Além disso, nas baías de Tóquio e Osaka, era previsto que o tsunami pudesse atingir um metro.As Filipinas também exortaram os habitantes da costa leste a deslocarem-se para o interior e aconselharam os pescadores que já se encontram no mar a permanecerem em águas profundas.Também o Peru e o México declararam alerta de tsunami para o litoral, assim como o Equador, que evacuou as praias e os portos do arquipélago de Galápagos. Ondas de tsunami de um a três metros também foram dadas como possíveis no Chile, na Costa Rica, na Polinésia Francesa e outros arquipélagos.Com agências