O presidente norte-americano, Donald Trump, reafirmou este domingo a sua confiança em Elon Musk, que incumbiu de cortar as despesas federais, alegando que o multimilionário vai permitir descobrir largos milhões de dólares em fraudes."Vamos encontrar milhares de milhões, centenas de milhares de milhões de dólares em fraudes e abusos. E foi para isso que as pessoas me elegeram", declarou, num primeiro excerto de uma entrevista à Fox News que deverá ser divulgada mais tarde.O líder da Tesla e da rede social X, considerado o homem mais rico do mundo, tornou-se um conselheiro próximo de Trump e assumiu a liderança de uma comissão extra-governamental de "eficiência" destinada a rever e reduzir drasticamente as despesas governamentais norte-americanas.Os métodos usados suscitaram nas últimas semanas a cólera dos democratas e uma série de ações na justiça.Questionado sobre a situação, Trump disse à Fox News que tem confiança em Musk."Confiança em Elon? Ele não ganha nada", respondeu, acrescentando: "Pergunto-me como é que ele consegue dedicar tempo a isto. Está tão envolvido nisto"."Elon Musk ajudou-me muito, foi formidável", continuou, precisando que em breve vai pedir-lhe para rever os orçamentos do Pentágono e do Departamento de Educação, como já tinha afirmado em conferência de imprensa na sexta-feira.Trump ordena que agência de proteção do consumidor cesse atividadeA administração Trump ordenou ainda ao gabinete de proteção financeira do consumidor para parar quase toda a atividade, encerrando na prática uma agência criada após a crise financeira de 2008 e o escândalo dos empréstimos hipotecários.Russell Vought, o novo diretor do Gabinete de Gestão e Orçamento, ordenou à agência num 'email' enviado no sábado à noite que suspendesse as datas de entrada em vigor de quaisquer regras que foram finalizadas, mas ainda não estavam em vigor, interrompesse o trabalho de investigação e não iniciasse qualquer nova investigação.A agência tinha sido alvo de críticas dos setores conservadores desde que o então Presidente norte-americano, Barack Obama, fez pressão para a incluir na legislação de reforma financeira de 2010 que se seguiu à crise financeira de 2007-2008.A mensagem enviada por Vought dava ainda indicações para que "cessassem todas as atividades de supervisão e exame", segundo a Associated Press.Vought disse numa publicação nas redes sociais que a agência não iria retirar mais fundos à Reserva Federal (Fed), acrescentando que o seu atual financiamento de 711,6 milhões de dólares (cerca de 685 milhões de euros) era "excessivo". O Congresso determinou que o gabinete de proteção financeira do consumidor fosse financiado pela Fed para o proteger de pressões políticas.Obama criou o gabinete na sequência da bolha imobiliária e da crise financeira de 2007-2008, que foi causada em parte por empréstimos hipotecários fraudulentos. Foi uma ideia da senadora democrata do Massachusetts Elizabeth Warren e atraiu críticas e processos judiciais de grandes bancos e associações ligadas ao setor financeiro.A mensagem enviada por Vought dizia que o Presidente norte-americano, Donald Trump, o tinha nomeado diretor interino da agência de proteção do consumidor na sexta-feira, depois de ter demitido o anterior diretor do departamento, Rohit Chopra, no dia 01 de fevereiro.