Trump fica sem advogados a dias do início do processo de 'impeachment'
Cinco dos advogados envolvidos na defesa do ex-presidente norte-americano Donald Trump, cujo processo de impeachment começa a 8 de fevereiro no Senado, deixaram a equipa.
De acordo com a CNN e outros media norte-americanos, por detrás da decisão está a falta de acordo em relação à estratégia de defesa. Trump quer insistir na ideia que a eleição foi roubada e de que houve fraude, mas os advogados, liderados por Butch Bowers e Deborah Barbier, queriam apostar na ideia de que não se pode destituir um presidente que já não está em funções.
Segundo o The New York Times, Trump estará a dizer à sua equipa que o caso é simples e que até ele pode argumentar a seu favor e poupar o dinheiro. Os conselheiros dizem contudo que ele não está a pensar fazê-lo. "Trabalhámos muito, mas ainda não tomámos uma decisão definitiva sobre a nossa equipa legal. Vamos fazê-lo em breve", escreveu no Twitter um dos assessores, Jason Miller.
Twittertwitter1355699510366920704
Além de Bowers (que já defendeu políticos em processos de destituição e é especialista em ética) e Barbier, deixaram a equipa Josh Howard, Johnny Gasser e Greg Harris.
O ex-presidente enfrenta o seu segundo processo de impeachment, sendo acusado de "incitar à insurreição" nos eventos que levaram à invasão do Capitólio, a 6 de janeiro, na qual cinco pessoas morreram. A Câmara dos Representantes, responsável pela acusação, deverá usar as imagens do discurso do presidente a incitar a multidão que protestava naquele dia em Washington D.C., além das inúmeras mensagens no Twitter.
Para o impeachment ser aprovado, são precisos 67 votos, sendo que os senadores democratas são apenas 50. Só após a destituição, os senadores podem votar para proibir Trump de ocupar outros cargo público, na prática afastando-o das presidenciais de 2024.