Trump fala por telefone com Putin e diz que "não haverá paz imediata"
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Trump fala por telefone com Putin e diz que "não haverá paz imediata"

Segundo Trump, durante a conversa de uma hora e 15 minutos, “Putin disse, e com muita veemência, que terá de ripostar ao recente ataque aos aeródromos” russos.
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O Presidente norte-americano revelou esta quarta-feira que manteve uma conversa com o homólogo russo, Vladimir Putin, que lhe transmitiu “com muita veemência” que pretende responder aos recentes ataques ucranianos, e admitiu que este telefonema não vai levar “à paz imediata”.

“Discutimos o ataque aos aviões russos estacionados [em aeródromos militares], por parte da Ucrânia, e também vários outros ataques que têm vindo a ocorrer de ambos os lados. Foi uma boa conversa, mas não uma conversa que conduza à paz imediata”, indicou Donald Trump na sua rede Truth Social.

Segundo o líder da Casa Branca, durante a conversa de uma hora e 15 minutos, “Putin disse, e com muita veemência, que terá de ripostar ao recente ataque aos aeródromos” russos, numa operação surpresa das forças ucranianas no passado domingo.

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A presidência da Rússia disse esta quarta-feira que vai fazer tudo o que for possível para esclarecer os ataques ucranianos no domingo contra os aeródromos da aviação militar russa, que resultou na destruição de vários bombardeiros.

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, disse que se tratou de um crime que vai ser investigado.

Na operação, com o nome "Spider's Web" ("Teia de Aranha"), ‘drones’ ucranianos lançados a partir de camiões dentro da Rússia atacaram cinco aeródromos militares, dois dos quais na Sibéria, que foi pela primeira vez alvo de ataques das forças de Kiev.

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O Ministério da Defesa russo admitiu que os ‘drones’ ucranianos conseguiram atingir os objetivos em Irkutsk e Murmansk.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ainda não tinha comentado estes ataques.

A Ucrânia reclamou a destruição de um terço dos aviões militares da Rússia que integram um dos três elementos da estratégia nuclear de Moscovo, juntamente com os submarinos atómicos e os mísseis intercontinentais.

Especialistas russos e ocidentais esperam que Moscovo responda ao ataque ucraniano, realizado na véspera da segunda ronda de negociações de paz, na segunda-feira em Istambul (Turquia), a par da intensificação das operações russas no leste e norte da Ucrânia

Do encontro na cidade turca, resultou um acordo para a troca de todos os prisioneiros até aos 25 anos, bem como de todos os doentes e gravemente feridos, além dos corpos de soldados em posse das partes.

A Rússia divulgou entretanto a sua proposta de paz, que inclui as suas exigências maximalistas de reconhecimento internacional sobre as quatro províncias que ocupa parcialmente na Ucrânia, além da Península da Crimeia, e a retirada das tropas ucranianas destes territórios antes de assinar um cessar-fogo.

Moscovo pretende também a rejeição dos planos de Kiev de adesão à NATO e dos seus projetos de militarização.

A Ucrânia, por seu lado, recusa ceder a soberania sobre aqueles territórios e exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de avançar nas conversações.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, referiu-se esta quarta-feira a “um ultimato” de Moscovo, e reiterou a proposta para um encontro tripartido de alto nível com Putin e Trump, porque o atual formato negocial já “não tem sentido”.

Trump revela que Putin pode participar em discussões com Irão sobre programa nuclear

Donald Trump acusou esta quarta-feira o Irão de arrastar as negociações sobre o seu programa nuclear, após uma conversa com o homólogo russo, Vladimir Putin, que sugeriu a possibilidade de participar nas discussões.

“O prazo para a decisão iraniana sobre as armas nucleares está a esgotar-se e precisa ser feita rapidamente”, advertiu o líder da Casa Branca (presidência norte-americana), numa mensagem na sua rede Truth Social, na qual revelou uma conversa telefónica esta quarta-feira, de uma hora e 15 minutos, com Putin.

Donald Trump reiterou ao homólogo russo que “o Irão não pode ter uma arma nuclear” e, nesse ponto, disse acreditar que ambos estão de acordo.

“O Presidente Putin sugeriu que participará nas discussões com o Irão e que talvez possa ser útil para que o assunto seja rapidamente concluído”, segundo o líder norte-americano, que acusou Teerão de lentidão “sobre este assunto tão importante” e que precisa de “uma resposta definitiva num prazo muito curto”.

O Kremlin (presidência russa) defendeu na terça-feira o direito do Irão a desenvolver a sua energia nuclear civil.

A Rússia, que possui oficialmente o maior arsenal nuclear do mundo, herdado da União Soviética, e o Irão têm reforçado as suas ligações políticas e militares significativamente desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Teerão e Washington, inimigos desde a Revolução Islâmica de 1979, iniciaram negociações em 12 de abril sobre o programa nuclear iraniano.

Estas negociações representam o mais elevado nível de envolvimento entre os dois países desde que os Estados Unidos se retiraram unilateralmente, em 2018, do acordo nuclear internacional com o Irão, concluído três anos antes em Viena.

O líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, criticou esta quarta-feira a proposta inicial dos Estados Unidos nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, embora tenha evitado rejeitar por completo a ideia de um pacto com Washington.

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O enriquecimento de urânio continua a ser um dos principais pontos de discórdia entre Washington e Teerão. Os países ocidentais e Israel acreditam que o Irão está a tentar a construir uma bomba atómica, suspeita que os iranianos negam.

Entretanto, Teerão insiste no seu direito de prosseguir um programa nuclear para fins civis, particularmente para o setor energético.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão está atualmente a enriquecer urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% permitido pelo acordo de 2015, mas abaixo do nível dos 90% necessários para uso militar.

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