Pelo menos duas pessoas morreram esta quarta-feira num ataque russo a Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia. Há ainda a registar sete feridos neste ataque que atingiu um hotel de cinco andares.
De acordo com os serviços de emergência ucranianos, 14 pessoas foram resgatadas dos escombros, segundo a Sky News.
De referir que Kryvyi Rih é a terra natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
⚡️Russian missile attack on hotel in Kryvyi Rih kills 2, injures 7.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) March 5, 2025
Russian forces struck a hotel in Kryvyi Rih in Dnipropetrovsk Oblast with a missile on March 5, killing two people and injuring 7, the State Emergency Service of Ukraine reported.https://t.co/PdvXa85EKj
James Scott Rhys Anderson, britânico que "lutou pela Ucrânia", foi condenado pela justiça russa a 19 anos de prisão, noticiou esta quarta-feira a Sky News.
Aos 22 anos, Anderson foi acusado de crimes terroristas e mercenários, tendo sido julgado à porta fechada.
A sentença foi conhecida depois de um tribunal o ter considerado culpado de lutar por Kiev na região russa de Kursk. O britânico deverá cumprir os primeiros cinco anos na prisão e os restantes numa colónia penal, determinou ainda o tribunal.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido já veio condenar veementemente a condenação do cidadão britânico, referindo que, "de acordo com o direito internacional, os prisioneiros de guerra não podem ser processados por participarem nas hostilidades”.
“Exigimos que a Rússia respeite estas obrigações, incluindo as previstas nas Convenções de Genebra, e deixe de utilizar prisioneiros de guerra para fins políticos e de propaganda”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, dando ainda conta que o governo está em "contacto com a família" de James Scott Rhys Anderson, estando a ser prestado "apoio consular".
O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou esta quarta-feira que a Rússia tornou-se "uma ameaça para a França e Europa". "Quem pode acreditar que a Rússia vai parar na Ucrânia?", questionou o presidente francês num discurso à nação, que foi previamente gravado.
Macron disse que, perante a mudança dos EUA face à guerra na Ucrânia, "estamos a entrar numa nova era".
Afirmou, no entanto, que quer acreditar que os Estados Unidos vão continuar a apoiar a Europa. "Mas temos de estar preparados se esse não for o caso", alertou Macron, ao mesmo tempo que quer ver aumentar a capacidade de defesa da Europa. E já começou a tomar medidas quanto ao reforço da defesa em França.
"Pedi ao governo que se mobilize para que, por um lado, fortaleça nossos exércitos o mais rápido possível. E, por outro lado, acelere a reindustrialização em todas as nossas regiões", revelou o chefe de Estado francês.
Na véspera da reunião extraordinária do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira, em Bruxelas, Emmanuel Macron, citado pela Reuters, propôs um "debate estratégico" sobre a proteção dos aliados europeus através da dissuasão nuclear de França.
A Ucrânia e os Estados Unidos concordaram em continuar as negociações "num futuro próximo", disse esta quarta-feira uma alta autoridade ucraniana após um telefonema com o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz.
O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, e Mike Waltz "discutiram novas medidas para alcançar uma paz justa e duradoura" na Ucrânia, anunciou o primeiro na rede social Telegram.
A mesma fonte acrescentou que as partes concordaram "que as equipas se reunirão num futuro próximo para continuar este importante trabalho".
O presidente ucraniano falou esta quarta-feira com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof.
Nas redes sociais, Volodymyr Zelensky afirmou que teve “uma conversa honesta” com Scholz, com quem partilhou uma "visão para a futura arquitetura de segurança".
Afirmou que a Ucrânia não precisa de um cessar-fogo temporário, "mas de acabar com a guerra de uma vez por todas". "Com nossos esforços coordenados e a liderança dos EUA, isso é totalmente possível", defendeu.
Sobre a conversa com Dick Schoof, o presidente ucraniano disse que os Países Baixos estão a preparar "novos pacotes de ajuda militar e financeira", tendo informado sobre as "necessidades prioritárias" da Ucrânia.
Zelensky agradeceu aos dois líderes europeus o apoio que têm dado a Kiev.
I spoke with @Bundeskanzler Olaf Scholz to have an honest conversation about various issues and our vision for the future security architecture.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 5, 2025
We rely on Europe’s unity around Ukraine and are working toward it. We all want a safe future for our people. Not a temporary… pic.twitter.com/KN82khilgF
Os EUA suspenderam a partilha de informações dos serviços de inteligência com Kiev, anunciou esta quarta-feira o diretor da CIA, John Ratcliffe, numa medida que pode prejudicar seriamente a capacidade militar ucraniana no terreno de batalha, revela a agência Reuters.
A decisão de suspender a partilha de inteligência e a ajuda militar à Ucrânia reforça a postura da administração Trump endurecer o relacionamento com Kiev para forçar Zelensky a sentar-se à mesa de negociações com a Rússia para chegar a um acordo de paz.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira, durante o discurso do Estado da Nação perante o Congresso, que recebeu uma carta do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na qual o líder ucraniano expressou disposição de se sentar à mesa de negociações, "sob a forte liderança" de Trump, para tentar por fim à guerra .
O primeiro-ministro conversou esta quarta-feira de manhã com o Presidente da Ucrânia, a quem transmitiu "o apoio inabalável" de Portugal "rumo a uma paz justa e duradoura".
Numa publicação na rede social X, Luís Montenegro revela ter falado hoje com Volodymyr Zelensky, na véspera da cimeira extraordinária dos líderes europeus.
"O momento atual exige uma coordenação estreita de posições. Em véspera do Conselho Europeu, reiterei o apoio inabalável de Portugal à Ucrânia rumo a uma paz justa e duradoura", escreveu Montenegro, na publicação acompanhada de uma imagem de uma videochamada com o Presidente da Ucrânia.
Conversei esta manhã com o Presidente @ZelenskyyUa. O momento atual exige uma coordenação estreita de posições. Em véspera do Conselho Europeu, reiterei o apoio inabalável de Portugal à Ucrânia rumo a uma paz justa e duradoura. 🇵🇹 🇺🇦 pic.twitter.com/ipZt6EHWLi
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) March 5, 2025
O Eliseu desmentiu a porta-voz do governo, Sophie Primas, que havia anunciado no final do Conselho de Ministros que estava a ser "considerada" uma viagem de Emmanuel Macron com Volodymyr Zelensky e Keir Starmer a Washington.
Emmanuel Macron está a considerar fazer mais uma visita aos Estados Unidos para se encontrar com o presidente norte-americano, Donald Trump, mas desta vez com a companhia do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse um porta-voz do governo francês, citado pela Reuters.
Uma fonte do Eliseu esclareceu posteriormente que não havia ainda planos definidos para uma eventual viagem do presidente francês a Washington.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou esta quarta-feira que irá falar aos franceses às 20:00 locais (19:00 em Portugal).
A Rússia vê com bons olhos a declaração desta terça-feira à noite de Volodymyr Zelensky, que se mostrou disposto a negociar a guerra.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avisou, porém, que não era claro como é que isto funcionaria porque a Ucrânia tinha uma proibição legal de negociar com a Rússia.
Em causa um decreto de Zelensky, de 2022, que descartava as negociações com o presidente Vladimir Putin.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou esta quarta-feira que irá falar aos franceses às 20h locais (19h em Portugal).
“Neste momento de grande incerteza, quando o mundo enfrenta os seus maiores desafios, falar-vos-ei esta noite às 20h00”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).
Esta afirmação surge face à instabilidade e a um contexto internacional sem precedentes. Terça-feira à noite, o chefe de Estado saudou o desejo do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de “reiniciar o diálogo com os Estados Unidos”, reiterando “a determinação da França em trabalhar com todas as partes interessadas para implementar uma paz sólida e duradoura na Ucrânia”.
Mes chers compatriotes,
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) March 5, 2025
Dans ce moment de grande incertitude, où le monde est confronté à ses plus grands défis, je m’adresserai à vous ce soir à 20h.
O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, ofereceu-se para acolher as conversações de paz sobre a Ucrânia em Minsk, estendendo o convite aos homólogos norte-americano, russo e ucraniano, de acordo com uma entrevista publicada hoje.
"Diga a [Donald] Trump que estou à espera dele aqui, juntamente com [Vladimir] Putin e [Volodymyr] Zelensky", referiu Lukashenko numa entrevista em vídeo ao 'blogger' norte-americano Mario Nawfal, gravada a 27 de fevereiro, de acordo com a agência de notícias oficial Belta.
"Vamos sentar-nos e chegar a um acordo calmamente. Se quiserem chegar a um acordo", continuou o líder bielorrusso, no poder desde 1994.
"Temos de chegar a um acordo [com Zelensky] (...) uma vez que uma grande parte da sociedade ucraniana o apoia", notou.
Lukashenko disse ainda que "há apenas 200 quilómetros entre a fronteira bielorrussa e Kiev". "Meia hora de avião. Venham", insistiu.
Aliado próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, Lukashenko também elogiou a vontade do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, de pôr fim ao conflito na Ucrânia o mais rapidamente possível.
"Trump é um bom homem e está a fazer alguma coisa para acabar com a guerra na Ucrânia e com a guerra no Médio Oriente", afirmou Alexander Lukashenko.
É já quase no final do discurso que surge a guerra na Ucrânia, com Donald Trump a afirmar estar a trabalhar "incansavelmente" para acabar com a guerra.
“Milhões de ucranianos e russos foram mortos ou feridos desnecessariamente neste conflito horrível e brutal, sem fim à vista”, disse. “Os EUA enviaram centenas de milhares de milhões de dólares para apoiar a defesa da Ucrânia, sem segurança, sem nada.”
O presidente dos EUA revela ter recebido esta terça-feira uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual este se declara disposto a regressar “à mesa das negociações o mais rapidamente possível para aproximar a paz duradoura”.
Trump elogia esta atitude e disse estar agradecido pela carta, mas acrescentou: “Simultaneamente, tivemos discussões sérias com a Rússia e recebemos fortes sinais de que estão prontos para a paz”. .
Ou seja, não apenas não se concretizou a possibilidade, que chegou a ser noticiada esta terça-feira, do anúncio da assinatura de um acordo de exploração de minerais entre os EUA e a Ucrânia como Trump fez questão de trazer a Rússia para a equação no seu discurso.
"Neste processo é preciso falar com todas as partes", disse.
A única ocasião em que falou do acordo dos minerais foi para citar parte da carta que Zelensky lhe escreveu e que aborda o assunto: "Nós realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter a sua soberania e independência. Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento que seja conveniente", leu Trump.
Contudo, o conteúdo da alegada carta de Zelensky é o mesmo que o líder ucraniano escreveu horas antes numa publicação nas suas redes sociais.
Mais de meia hora depois de ter elogiado a medida da sua administração de ter determinado que "só há dois géneros na América", e de ter referido a legislação que visa impedir que atletas transgénero compitam em modalidades que não seja no sexo em que foram registados à nascença, Donald Trump regressa ao Tema.
"Estamos a tirar o 'wokismo' das nossas escolas e das nossas Forças Armadas", afirmou o presidente dos EUA. “Não queremos isso. O 'wokismo' é um problema. Ser 'woke' é mau".
Trump acrescenta que assinou uma ordem executiva que proíbe as escolas públicas de “doutrinar” crianças com “ideologia transgénero” e que pretende que o Congresso aprove um projeto de lei que proíba e criminalize a mudança de sexo em crianças.
Acrescenta que assinou uma ordem executiva que ameaça reter o financiamento federal de hospitais que oferecem cuidados de "afirmação de género" a indivíduos com menos de 19 anos.
"Nós somos perfeitos como Deus nos fez", concluiu.
Durante o seu discurso, Donald Trump voltou a defender a sua política das taxas aduaneiras, afirmando que nos últimos anos o seu país tem sido "pilhado" pelo facto de os produtos fabricados nos EUA estarem sujeitos a estas tarifas quando entram em mercados como "a União Europeia, o Canadá, a China, a Índia ou o Brasil" mas produtos destes países não são igualmente taxados.
Trump voltou a referir a ideia da reciprocidade direta: "Se eles subirem as taxas, nós subiremos na mesma proporção".
O presidente dos EUA admitiu que estas medidas poderão causar "perturbações" e que terá de haver "um período de adaptação", mas voltou a garantir (contra as opiniões da maioria dos especialistas) que este é o caminho para "fazer a América rica outra vez".
Entre os vários sucessos da sua curta administração, o presidente dos EUA afirma que conseguiu reduzir o número de atravessamentos ilegais da fronteira Sul dos EUA para "o valor mais baixo de sempre".
"Os democratas dizem que era preciso uma nova lei, afinal só era preciso um novo presidente", rematou Donald Trump.
O presidente norte-americano entra numa fase de elogios ao novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla inglesa) cuja gestão está entregue ao multimilionário Elon Musk.
“Para combater ainda mais a inflação, reduziremos o custo da energia, mas também acabaremos com o desperdício flagrante de dinheiro dos contribuintes”, disse Trump.
Musk assiste ao discurso na galeria e levantou-se quando foi muito aplaudido pelos republicanos. “Obrigado, Elon", disse Trump. "Ele está a trabalhar muito. E não precisava nada disto”, acrescentou.
Quanto o DOGE, disse ainda o presidente dos EUA, “yodos aqui, até mesmo deste lado" - e apontou para os democratas - "apreciam-no, estou crente. Simplesmente não o querem admitir.”
O presidente norte-americano, Donald Trump, faz esta madrugada o seu primeira discurso deste mandato perante o Congresso - uma espécie de Estado da Nação - tendo iniciado a sua intervenção com as palavras: "A América está de volta.
Trump prosseguiu com um resumo das suas medidas das últimas semanas, auto elogiando estas decisões.
“Há seis semanas, estava sob a cúpula deste Capitólio e proclamei o ‘amanhecer da era de ouro da América’, disse, "A partir desse momento, o que aconteceu foi uma ação rápida e implacável para inaugurar a maior e mais bem-sucedida era da história do nosso país”, afirmou.
Assim começou a referir elevados números de aprovação para estas medidas, o congressista democrata eleito pelo Texas Al Green interrompeu o discurso com palavras de protesto.
O lado republicano ainda tentou calar Green com gritos de "USA, USA", mas foi escusado.
Segundo a imprensa internacional, Green gritou várias vezes a Trump: "Você não tem um mandato".
O que espoletou a reação do democrata foi a frase de Trump: "Vencemos o voto popular com a maior diferença alguma vez vista". Na realidade, o presidente dos EUA venceu por cerca de 1,5 milhões de votos, a diferença mais pequena desde Richard Nixon em 1968, escreve o The Guardian.
O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, avisou Al Green uma vez para regressar ao seu lugar para que o discurso pudesse ser retomado mas, uma vez que o congressista não se calou, mandou ser expulso da sala.
Os EUA e a Ucrânia irão "assinar acordo sobre minerais na terça-feira", segundo avançaram à Reuters fontes da administração norte-americana à agência Reuters, sob a condição de anonimato.
Trump declarou mesmo aos seus conselheiros que quer estar em condições de anunciar este acordo no seu discurso Congresso esta terça-feira à noite (início da madrugada em Lisboa), segundo as três fontes da Reuters.
No entanto, escreve a mesma agência, à hora de publicação desta notícia era ainda possível que tudo voltasse para trás..
O acordo foi suspenso na passada sexta-feira, após uma violenta discussão na Sala Oval da Casa Branca entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos EUA, Donald Trump, após provocações do vice-presidente deste, J.D. Vance.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, defendeu esta terça-feira que muitos dos países europeus que se estão a oferecer para enviar tropas para a Ucrânia "não têm experiência", "nem equipamento" para isso.
"Sejamos honestos: há muitos países que estão a oferecer apoio, seja privada ou publicamente, mas não têm nem a experiência no campo de batalha, nem o equipamento militar necessário para fazer uma diferença real", disse JD Vance numa mensagem na rede social X
But let’s be direct: there are many countries who are volunteering (privately or publicly) support who have neither the battlefield experience nor the military equipment to do anything meaningful.
— JD Vance (@JDVance) March 4, 2025
O vice-presidente norte-americano salientou que não se estava a referir à França ou ao Reino Unido, os dois únicos países que se ofereceram publicamente para ajudar Kiev, uma vez que "ambos lutaram valentemente ao lado dos Estados Unidos nos últimos vinte anos ou mais".
JD Vence procurou desta forma desviar a controvérsia que as suas declarações geraram, especialmente no Reino Unido, numa entrevista que deu à Fox News.
Naquela entrevista, Vance desvalorizou o impacto que "20.000 tropas de um país qualquer que não combate uma guerra há 30 ou 40 anos" poderiam ter na guerra na Ucrânia.
"Se o que se procura são garantias de segurança e assegurar que Vladimir Putin não volte a invadir a Ucrânia, a melhor garantia é dar aos americanos uma participação económica no futuro da Ucrânia", disse Vance, citado pela Efe.
Segundo JD Vence, "isso oferece muito mais segurança do que 20.000 soldados de um país qualquer que não trava uma guerra há 30 ou 40 anos".
Vance referia-se ao interesse de Washington na extração de minerais raros na Ucrânia, sobre a qual existia um acordo entre os dois países, mas que caiu durante a visita do Presidente ucraniano, Volodymir Zelensk, à Casa Branca, na passada sexta-feira.
A proposta do Presidente da Ucrânia foi feita nas redes sociais, defendendo que ninguém quer uma “guerra sem fim” e reiterando que Kiev está pronta para chegar à paz com a ajuda dos Estados Unidos.
Eis a mensagem de Zelensky na íntegra:
"Gostaria de reiterar o compromisso da Ucrânia com a paz.
Nenhum de nós quer uma guerra sem fim. A Ucrânia está pronta para vir à mesa de negociações o mais rápido possível para alcançar uma paz duradoura para breve. Ninguém quer a paz mais do que os ucranianos. A minha equipa e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do presidente Trump para obter uma paz duradoura.
Estamos prontos para trabalhar rapidamente para acabar com a guerra, e os primeiros passos podem ser a libertação de prisioneiros e tréguas no céu — proibição de mísseis, drones de longo alcance, bombas e outras infraestruturas civis — e tréguas no mar imediatamente, se a Rússia fizer o mesmo. Queremos avançar muito rapidamente e trabalhar com os EUA para chegar a um acordo final forte.
Valorizamos o quanto os Estados Unidos fizeram para ajudar a Ucrânia a manter a sua soberania e independência. E recordamoso momento em que as coisas mudaram quando o presidente Trump forneceu Javelins à Ucrânia. Somos gratos por isso.
A nossa reunião em Washington, na Casa Branca, na sexta-feira, não correu como deveria. É lamentável que tenha acontecido dessa forma. É hora de consertar as coisas. Gostaríamos que a cooperação e a comunicação futuras fossem construtivas.
Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento e em qualquer formato conveniente. Vemos este acordo como um passo em direção a uma maior segurança e garantias de segurança sólidas, e realmente espero que funcione efetivamente."
I would like to reiterate Ukraine’s commitment to peace.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 4, 2025
None of us wants an endless war. Ukraine is ready to come to the negotiating table as soon as possible to bring lasting peace closer. Nobody wants peace more than Ukrainians. My team and I stand ready to work under…
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia afirmou hoje que a decisão dos Estados Unidos de suspender a ajuda militar à Ucrânia obriga a Europa a aumentar e acelerar a sua ajuda à Ucrânia para colmatar a lacuna.
"A Europa deve aumentar a ajuda militar à Ucrânia para que este país possa continuar a lutar por uma paz justa e duradoura", declarou Margus Tsahkna em comunicado.
Tsahkna recordou que o Governo da Estónia já tinha decidido aumentar a sua ajuda este ano em 25% e entregar 10.000 cartuchos de artilharia à Ucrânia.
"A nossa decisão mostra que é possível tomar decisões novas e rápidas para ajudar a Ucrânia e apelamos para que todos os que apoiam a Ucrânia aumentem a sua ajuda o mais rapidamente possível", acrescentou.
O responsável avançou ainda que uma das opções para obter recursos adicionais para ajudar a Ucrânia é utilizar os activos congelados da Rússia, em que a Europa tem um papel decisivo, uma vez que a maioria desses activos está localizada na Europa.
"Antes do fim do prazo para a prorrogação das sanções contra a Rússia, em junho, deve ser tomada uma decisão política sobre a utilização dos activos congelados", insistiu, referindo que existem formas legais de o fazer.
O responsável sublinhou igualmente que o único responsável pela guerra "deve sentir-se pressionado e a vítima da agressão deve ter um forte apoio, porque esta é a única forma de forçar a Rússia a desistir dos seus objectivos e alcançar uma paz duradoura na Ucrânia".
A Ucrânia está pronta para assinar "a qualquer momento" o acordo-quadro sobre a exploração dos seus recursos naturais pelos Estados Unidos, apesar do anúncio da Casa Branca da suspensão da ajuda militar norte-americana, disse hoje o primeiro-ministro.
"Estamos prontos para começar a trabalhar na assinatura deste acordo a qualquer momento", disse Denys Shmygal numa conferência de imprensa, especificando que Kiev aguardava o feedback americano sobre o assunto através dos canais diplomáticos.
O primeiro-ministro do governo de Kiev, Denys Shmygal afirmou hoje que "a Ucrânia está absolutamente determinada a continuar a sua cooperação com os Estados Unidos".
Estas declarações de Shmygal surgem depois de a Casa Branca ter anunciado a suspensão da ajuda militar norte-americana, que é crucial para Kiev e o seu exército fazerem frente à invasão da Rússia.
"Os Estados Unidos são um parceiro importante e devemos preservá-lo", disse, numa conferência de imprensa em Kiev. "Faremos tudo para nos mantermos firmes", continuou Shmygal, enquanto o anúncio de Washington mergulha Kiev e os seus aliados europeus no desconhecido.
A Ucrânia está a "discutir" com os europeus a possibilidade de substituir a ajuda militar norte-americana e ao mesmo tempo está aberta a "negociações" com Washington, afirmou, por seu turno, um conselheiro do Presidente Zelenski
"Estamos a discutir opções com os nossos parceiros europeus", disse o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podoliak na rede social X. "E, claro, não descartamos a possibilidade de negociações com os nossos homólogos norte-americanos", acrescentou.
Oleksandr Merezhko, chefe do comité de relações exteriores do Parlamento ucraniano, compara a decisão da suspensão decretada pelos EUA ao armamento da Ucrânia com o Acordo de Munique de 1938.
"Parar a ajuda agora significa ajudar [Vladimir] Putin", disse Oleksandr Merezhko.
"Parece que está a empurrar-nos para a capitulação, ou seja, [aceitar] as demandas da Rússia. Isso é um golpe psicológico, um golpe político na Ucrânia, não ajuda nada", acrescentou
"Isso é pior do que Munique, porque pelo menos nessa situação eles não tentaram pintar a Checoslováquia como agressora, mas aqui eles tentam acusar a vítima de agressão. É extremamente perigoso", disse ainda
O Acordo de Munique de 1938 permitiu que a Alemanha nazi anexasse parte do que era então a Checoslováquia.
O Kremlin saudou esta terça-feira a pausa dos EUA na ajuda militar à Ucrânia, alegando que isso poderá levar Kiev à mesa de negociações.
"Se isso for verdade, então é uma decisão que poderá levar o regime de Kiev a um processo de paz", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas. "Esta provavelmente seria a melhor contribuição para a causa da paz", acrescentou.
Peskov disse esperar que os países europeus tentem "compensar" a escassez de suprimentos de munições dos EUA. "Mas, é claro, o volume principal ainda vem dos EUA, por meio de canais dos EUA", acrescentou.
Moscovo também saudou relatos dos media de que os EUA estão a considerar um plano para o possível alívio de sanções à Rússia.
"A nossa posição sobre sanções é bem conhecida - consideramos que são ilegais", disse Peskov. "É claro que, se estamos a falar sobre normalizar as relações bilaterais, elas precisam de ser libertadas desse fardo negativo das chamadas sanções."
A Reuters informou na segunda-feira que os EUA estavam a elaborar um plano para aliviar as sanções à Rússia, enquanto o presidente Donald Trump tenta restaurar os laços com Moscovo e acabar com a guerra na Ucrânia.
O ministro francês delegado para a Europa, Benjamin Haddad, referiu esta terça-feira que a decisão dos EUA em suspender a ajuda militar à Ucrânia torna a paz "mais distante".
"Se queremos paz, uma decisão de suspender armas para a Ucrânia reforça a paz ou torna-a mais distante? Torna-a mais distante, porque apenas fortalece o agressor no terreno, que é a Rússia", disse o ministro francês delegado para a Europa, Benjamin Haddad.
Também numa reação à decisão do governo Trump em suspender a ajuda militar à Ucrânia, o vice-ministro da defesa da Polónia, Cezary Tomczyk, descreveu a medida como uma "má notícia".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje, em Bruxelas, querer mobilizar 800 mil milhões de euros para investimento na defesa europeia.
O plano "Rearmar a Europa", disse hoje a líder do executivo comunitário numa declaração à imprensa sem direito a perguntas, ambiciona mobilizar "800 mil milhões de euros (ME) em despesa de defesa para uma Europa segura e resiliente".
O presidente norte-americano Donald Trump determinou na segunda-feira a suspensão do apoio militar à Ucrânia, que combate a invasão russa, na sequência da altercação durante a visita, na semana passada, do homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca.
Fonte da Casa Branca citada pela Associated Press (AP) referiu que Trump está focado em chegar a um acordo de paz para terminar a guerra que tem mais de três anos e que pretende ter Zelensky comprometido com esse objetivo.
A mesma fonte, que falou sob a condição de anonimato, acrescentou que os Estados Unidos estão a "suspender e a rever" a sua ajuda para "garantir que está a contribuir para uma solução".
Uma fonte da Casa Branca citada pela agência France-Presse (AFP), que também confirmou a suspensão da ajuda militar a Kiev, sublinhou que os Estados Unidos "precisam que os seus parceiros também se comprometam a atingir o objetivo" da paz.
De acordo com a estação Fox News, citada pela agência Efe, esta medida interrompe a entrega de armas ou equipamentos que já se encontrem em território polaco e prontos para entrega final aos ucranianos.
O Presidente norte-americano tinha voltado a criticar na segunda-feira o homólogo ucraniano por não estar tão grato como deveria pela ajuda dos Estados Unidos.