Trump fecha semana de protestos com parada militar em Washington. E no dia do seu aniversário
EPA/JIM LO SCALZO

Trump fecha semana de protestos com parada militar em Washington. E no dia do seu aniversário

Desfile vai juntar 7000 soldados, dezenas de tanques, além de helicópteros, nas ruas de Washington. Isto se as trovoadas não obrigarem a cancelar tudo. São esperados protestos por todo o país.
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O dia de sábado deve começar com as chefias militares dos EUA a depositarem coroas de flores no túmulo do Soldado Desconhecido, no Cemitério de Arlington, mas o ponto alto deste 250.º aniversário do Exército norte-americano, criado um ano antes da Declaração de Independência, só terá lugar às 18h30, com o desfile de 7000 soldados, duas dúzias de tanques e centenas de outros veículos blindados, acompanhados por 50 helicópteros ao longo Constitution Avenue, em Washington DC. Pelo menos se tudo não for cancelado devido às trovoadas...

A parada coincide com o 79.º aniversário de Donald Trump e encerra uma semana marcada pelos protestos contra a política de imigração do presidente, que começaram em Los Angeles e já alastraram a outras cidades, tendo levado o inquilino da Casa Branca a enviar quatro mil membros da Guarda Nacional e 700 Marines para a Califórnia.

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“Vai ser um dia incrível. Temos tanques, temos aviões, temos todo o tipo de coisas. Vai ser ótimo. Vamos celebrar o nosso país, para variar”, afirmou o presidente, garantindo que esta parada vai ser “maior e melhor do que qualquer outra parada que este país já tenha visto.

O Exército norte-americano disse esperar que o custo do desfile militar possa chegar aos 45 milhões de dólares, 16 milhões dos quais só para recuperar as estradas dos danos infligidos pelos veículos blindados.

A obsessão de Trump por organizar uma parada não é de agora. Depois de em 2017, ainda nos primeiros meses do seu primeiro mandato como presidente, ter sido convidado pelo homólogo francês, Emmanuel Macron, para assistir aos desfiles do 14 de Julho em Paris e, encantado com os soldados e blindados franceses que desceram os Champs-Elysées, confessava aos assessores que queria organizar um evento assim nos EUA.

Passados oito anos, agora que regressou à Casa Branca, Trump vai mesmo ter a sua parada militar, à qual se espera que assistam mais de 200 mil pessoas. O que também se espera é a ocorrência de protestos contra o desfile militar e contra o que os organizadores descrevem como “políticas autoritárias” da Administração Trump, um pouco por todo o país. São esperados mais de 1900 eventos No King’s Day - algo como Não ao Dia do Rei - em várias cidades. O presidente já reagiu afirmando não se sentir “como um rei” e lamentando ter de “passar pelo inferno para conseguir aprovar seja o que for”. Antes disso, Trump havia ameaçado todos aqueles que procurassem perturbar a parada militar de sábado, prometendo responder a qualquer protesto com “a máxima força”.

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Dias de protestos e violência na Califórnia

Nos últimos dias, Trump tem estado envolvido num braço-de-ferro com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que considera “abuso de poder” o envio da Guarda Nacional e dos Marines para conter os protestos contra as rusgas do Immigration and Customs Enforcement (ICE) levadas a cabo contra imigrantes ilegais. As manifestações pacíficas depressa se transformaram em confrontos com a polícia, com episódios de violência, carros incendiados e centenas de detenções que resultaram na militarização da cidade.

A violência das últimas noites levou a mayor democrata Karen Bass a impor um recolher obrigatório entre as 20h00 e as 06h00 locais em alguns quarteirões da Baixa de Los Angeles, tendo já havido dezenas de detidos por violarem esse recolher obrigatório.

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