Trump ameaça Putin com impostos, tarifas e sanções
União Europeia, México, Canadá, China e Rússia: aliados e rivais são pressionados com a mesma arma - a imposição de taxas aduaneiras. A Rússia foi o mais recente país a receber a advertência de Donald Trump, acrescida de outras medidas, impostos e sanções. Uma ameaça simbólica quando se soube que o novo presidente dos EUA instruiu o seu enviado especial para a Ucrânia e Rússia para pôr fim à guerra no prazo de 100 dias.
Donald Trump recorreu à sua rede social, Truth Social, para enviar uma mensagem ao líder russo. “Vou fazer à Rússia, cuja economia está em queda, e ao presidente Putin, um grande favor. Cheguem a um acordo agora e acabem com esta guerra absurda!” Caso contrário, o presidente norte-americano disse “não ter outra escolha senão aplicar altos níveis de impostos, tarifas e sanções a tudo o que for vendido pela Rússia aos Estados Unidos”. Ao terminar, Trump instou ao fim da guerra em tom de ultimato: “Podemos fazê-lo da maneira fácil ou da maneira difícil - e a maneira fácil é sempre melhor.”
As relações comerciais entre a Rússia e os EUA caíram a pique desde a invasão da Ucrânia, tendo Moscovo deixado de exportar produtos petrolíferos devido às sanções aplicadas entretanto. Os norte-americanos importam sobretudo platina, fertilizantes e químicos radioativos russos, mas em níveis sem peso para forçar uma mudança de rumo por parte do Kremlin.
“Está no seu poder agora parar esta política maliciosa”, disse o vice-embaixador russo na ONU sobre Trump e o apoio dos EUA a Kiev.
Trump, que se gaba de manter uma “muito boa relação” com Putin - como voltou a fazer na referida mensagem -, e no passado não lhe poupou elogios, tem mostrado algum distanciamento nos últimos tempos. Na terça-feira à noite, sem criticar de forma direta o antigo chefe do KGB, fez menção à inflação alta para dizer que Putin devia fazer um acordo de paz com a Ucrânia. “Acho que ele está a destruir a Rússia por não fazer um acordo.” À devastação económica juntou também a humana, ao referir-se ao elevado número de baixas: “Ele está a debater-se... não está a fazer boa figura. Penso que seria bom para ele acabar com esta guerra.”
Em resposta à mensagem de Trump, o vice-embaixador da Rússia na ONU disse à Reuters que a prioridade é “lidar com as causas profundas da crise ucraniana”. Dmitry Polyansky concluiu: “[Trump] não é responsável pelo que os EUA têm vindo a fazer na Ucrânia desde 2014, tornando-a anti-Rússia e preparando-a para a guerra connosco, mas está no seu poder agora parar esta política maliciosa.”
Em paralelo, o novo residente na Casa Branca deu instruções para o tenente-general Keith Kellogg, seu enviado à Ucrânia e Rússia, para pôr fim ao conflito no prazo de 100 dias, noticiou o The Wall Street Journal. Anteriormente, Trump prometeu acabar com a guerra em 24 horas.