Tiroteio entre gangues da droga de Marselha faz três mortos

Homicídios relacionados com o tráfico de droga em Marselha têm aumentado desde o início do ano.
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Três homens morreram este domingo num ataque com uma espingarda em Marselha, cidade francesa onde, nos últimos meses, se tem registado um aumento de homicídios entre os gangues ligados à droga, de acordo com a polícia.

Os três homens faziam parte de um grupo de cinco, com cerca de 20 anos, que saíram de um clube noturno pouco depois das 5.00 horas da manhã e estavam a afastar-se quando o seu carro foi atacado por homens desconhecidos com espingardas Kalashnikov.

Os dois sobreviventes do ataque - que teve lugar num bairro residencial de Marselha, a segunda maior cidade de França - não sofreram ferimentos e fugiram do local, tal como os atiradores.

A polícia encontrou um carro em chamas nas proximidades, mas não confirmou se era o carro de fuga dos atiradores, podendo estar, no entanto, relacionado com anteriores assassinatos em Marselha, uma vez que os criminosos incendeiam frequentemente os veículos para destruir quaisquer provas.

De acordo com uma fonte próxima da investigação, os primeiros indícios apontam para o facto de os homens atacados viverem num bairro com elevada incidência de tráfico de droga e serem conhecidos da polícia.

"Toda a força policial foi mobilizada para o local para encontrar os autores destes crimes desprezíveis e desmantelar as redes de traficantes que estão por detrás desta violência", declarou o autarca regional Frederique Camilleri.

Só neste fim de semana, a polícia deteve cinco pessoas por posse de armas de fogo ligadas ao tráfico de droga, tendo apreendido três espingardas de assalto Kalashnikov, uma submetralhadora e uma pistola, informou.

Este último ataque eleva para 21 o número de homicídios relacionados com a droga em Marselha desde o início do ano, de acordo com uma contagem da AFP.

As vítimas são geralmente jovens do sexo masculino que ocupam uma posição inferior na hierarquia dos traficantes de droga, sendo alvo de assassinos que trabalham para grupos rivais.

Camilleri e o procurador-geral da cidade, Dominique Laurens, já tinham avisado no mês passado que a competição entre grupos rivais pelo controlo dos pontos de tráfico de droga mais lucrativos da cidade se estava a transformar numa "vingança".

Esta declaração foi feita após uma noite de violência no início de abril, em que três pessoas foram mortas a tiro, incluindo um jovem de 16 anos, e oito pessoas ficaram feridas nos tiroteios.

Na altura, Laurens afirmou que o "banho de sangue" em Marselha se estava a agravar e previu que "continuaria nos próximos meses".

Na sequência desse ataque, foram destacadas forças especiais da polícia para os principais pontos de conflito de droga na cidade.

O presidente da Câmara de Marselha, Benoit Payan, afirmou este mês que "esta guerra já dura há demasiado tempo" e apelou ao Governo francês para que atuasse "de forma firme e forte" para pôr termo à violência.

"Os assassinos já nem sequer se preocupam em esconder-se", afirmou Payan.

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