Talibãs regozijam-se após saída de forças estrangeiras do aeroporto de Bagram

Tropas norte-americanas e da NATO abandonaram a maior base aérea do Afeganistão
Publicado a
Atualizado a

Os talibãs "regozijam-se e apoiam" a saída das tropas norte-americanas e da NATO da base aérea de Bagram, a maior do Afeganistão, que atesta a iminência da retirada total das forças estrangeiras do país, anunciou esta sexta-feira o porta-voz.

"Estamos muito satisfeitos e apoiamos esta partida. A sua retirada completa [do Afeganistão] permitirá que os afegãos decidam por si mesmos o futuro", declarou o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, à France-Presse.

As tropas dos Estados Unidos e da NATO deixaram a base aérea de Bagram no Afeganistão e a retirada de todas as forças estrangeiras do país está iminente, noticiou esta sexta-feira a agência de notícias France-Presse (AFP).

A AFP citou um responsável do Departamento de Defesa dos EUA, que pediu para não ser identificado.

"Todas as forças da coligação deixaram Bagram", disse a mesma fonte, referindo-se à retirada dos militares da base localizada a 50 quilómetros a norte de Cabul.

Depois de 20 anos no Afeganistão, a NATO anunciou em 29 de abril que ia começar a retirar as tropas, abrindo o caminho para um período de grande incerteza para o Afeganistão, que ainda é marcado diariamente pela violência.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, fixou o prazo de 11 de setembro para a retirada, data em que se assinala o 20.º aniversário dos ataques terroristas em solo norte-americano, que levaram Washington a lançar uma guerra para derrubar o regime talibã que dava apoio e abrigo aos extremistas islâmicos da Al-Qaida.

Desde o início de maio, os talibãs lançaram várias ofensivas importantes em todo o país, à medida que as forças governamentais lutam para consolidar posições nas áreas mais urbanas.

A capacidade de manter o controlo da base aérea de Bagram será fundamental para preservar a capital, Cabul, e manter a pressão sobre os talibãs.

Durante décadas, a base tem sido central para a intervenção dos EUA no Afeganistão, onde o conflito contra os talibãs e os aliados da Al-Qaida tem sido travado através de ataques aéreos e missões de abastecimento a partir deste aeroporto.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt