O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil já tem maioria para manter a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, detido no sábado. Os juízes Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o colega Alexandre de Moraes, que havia decretado a conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva, após o ex-presidente ter violado a pulseira eletrónica e de o filho mais velho dele ter organizado uma vigília. Só falta votar a juíza Cármen Lúcia.“Não há dúvidas sobre a necessidade da conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva, em virtude da necessidade da garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei penal e do desrespeito às medidas cautelares anteriormente aplicadas", disse Moraes na justificação. “Jair Messias Bolsonaro é reiterante no descumprimento das diversas medidas cautelares impostas” completou.Dino acrescentou que houve “fugas para outros países de deputados federais perpetradores de crimes similares e conexos, com uso de ardis diversos”, disse a propósito da divulgação de imagens de Alexandre Ramagem, condenado no mesmo julgamento de Bolsonaro, na Florida, nos Estados Unidos. Noutro processo, a bolsonarista Carla Zambelli também escapou para Itália, via EUA, após condenação.Os juízes sublinharam ainda que, já antes de tentar derreter a pulseira eletrónica devido, segundo o próprio, a uma "alucinação", Bolsonaro havia violado os termos da prisão domiciliar ao participar em redes sociais. Por outro lado, o ex-presidente chegou a redigir um pedido de asilo à Argentina, presidida pelo aliado Javier Milei, e passou duas noites, em fevereiro de 2024, na embaixada da Hungria, do também aliado Viktor Orban, quando surgiram rumores de prisão iminente.