Rasto de destruição em Taiwan após passagem do supertufão Ragasa
Rasto de destruição em Taiwan após passagem do supertufão Ragasa EPA/RITCHIE B. TONGO

Supertufão Ragasa faz 24 mortos nas Filipinas e Taiwan. Quase dois milhões de pessoas realojadas na China

A mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025 levou a China a encerrar temporariamente escolas, fábricas e serviços de transportes públicos em cerca de uma dezena de cidades no sul da China.
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A passagem pelas Filipinas do supertufão Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025, causou pelo menos dez mortos, de acordo com um novo balanço divulgado esta quarta-feira, 24 de setembro, pelas autoridades do arquipélago.

O anterior balanço do Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres das Filipinas apontava para quatro vítimas mortais e 11 feridos devido a inundações e deslizamentos de terra no norte do país.

Sete pescadores afogaram-se depois de um barco ter virado, devido a ondas altas e ventos fortes, ao largo da cidade de Santa Ana, no norte da província de Cagayan (nordeste).

As autoridades provinciais reportaram a existência de outros cinco pescadores desaparecidos na sequência do incidente, ocorrido na segunda-feira.

Quase 700 mil pessoas foram afetadas pela passagem do supertufão Ragasa pela ilha de Luzon, incluindo 25 mil residentes que se protegeram em abrigos de emergência do governo.

Pelo menos 14 mortos e mais de 120 desaparecidos em Taiwan

O Centro de Resposta a Desastres de Taiwan informou que equipas de socorro estão a tentar estabelecer contacto com 124 pessoas desaparecidas no leste do país, após o transbordamento de um lago.

Uma torrente de água e lama inundou a cidade de Guangfu, na região de Hualien, na terça-feira, em consequência das intensas chuvas provocadas pelo supertufão Ragasa, que causou, pelo menos, 14 mortes.

Às 11:30 horas locais de hoje (04:30 em Lisboa), as autoridades de Hualien voltaram a emitir uma nova ordem de evacuação da cidade de Guangfu, por receio da barragem natural do afluente do riacho Matai'an voltar a ceder, avançou a imprensa de Taiwan.

Às 15:00 (08:00 em Lisboa), o Ragasa estava a cerca de 110 quilómetros a sudoeste de Macau e a afastar-se do território, com ventos máximos de 190 quilómetros por hora no centro do tufão.

Devido a inundações na península de Macau e na vila de Coloane, a Companhia de Eletricidade de Macau (CEM) cortou a energia nas zonas do Porto Interior, Praça de Ponte e Horta, Barra e Patane.

A concessionária justificou a decisão com a necessidade de "garantir a segurança pública e proteger as instalações de fornecimento de energia" e prometeu retomar o fornecimento "o mais rápido possível após as inundações".

O receio de inundações levou o Governo do território a apelar à evacuação das áreas baixas da península. Os centros de acolhimento de emergência tinham acolhido 675 pessoas até às 14:21 (07:21 em Lisboa).

O Centro de Operações de Proteção Civil registou 140 ocorrências, sobretudo devido à remoção de objetos em risco de queda ou que já tinham caído. Foram registados ainda 20 incêndios e apenas um ferido.

Em Hong Kong, ventos fortes arrancaram partes do telhado de uma passagem superior para peões e derrubaram árvores por toda a cidade. Pelo menos 62 feridos foram assistidos em hospitais.

Quase 1,9 milhões de pessoas foram realojadas na província chinesa de Guangdong

O Centro Meteorológico Nacional da China já tinha classificado o Ragasa como a pior tempestade já registada no mundo em 2025, comparável ao Mangkhut (2018) e ao Hato (2017).

Em setembro de 2018, o tufão Mangkhut provocou 40 feridos e inundações graves em Macau. Um ano antes, o Hato, considerado o pior tufão em mais de 50 anos a atingir o território, causou dez mortos e 240 feridos.

Quase 1,9 milhões de pessoas foram realojadas na província de Guangdong, que faz fronteira com Hong Kong e Macau, informou a televisão estatal chinesa CCTV.

A agência meteorológica chinesa previu que o supertufão atingiria a costa entre as cidades de Taishan e Zhanjiang entre a tarde e a noite de hoje.

Escolas, fábricas e serviços de transportes públicos foram suspensos em cerca de uma dezena de cidades no sul da China.

Os tufões são fenómenos meteorológicos recorrentes nas Filipinas, sudeste da China e em Taiwan durante o verão e o outono, quando as águas quentes do Oceano Pacífico levam à formação de ciclones.

A agência meteorológica das Filipinas, PAGASA, disse entretanto que um novo ciclone tropical, o Bualoi, atualmente no sul do mar das Filipinas, deverá atingir o estatuto de tufão e atingir o arquipélago na sexta-feira.

O Bualoi evolui atualmente a 815 quilómetros a nordeste da ilha de Mindanau, com rajadas de vento até 105 quilómetros por hora, informou a agência.

A PAGASA disse que o ciclone continuará a intensificar-se" e "poderá atingir o estatuto de tufão antes de atingir a região de Bicol", no centro das Filipinas, na tarde de sexta-feira.

Depois de atravessar o arquipélago, o ciclone Opong, como é conhecido nas Filipinas, deverá seguir em direção à capital, Manila, acrescentou a agência, no mais recente boletim.

Para já as autoridades das Filipinas emitiram apenas o aviso mínimo para ventos fortes na região central de Visayas.

As aulas presenciais continuaram hoje suspensas em várias províncias do norte do país, ainda devido ao impacto da passagem do supertufão Ragasa, na terça-feira.

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