Stoltenberg avisa que guerra "está a esgotar reservas" de munições dos aliados
Secretário-geral da NATO defende o aumento da produção para fazer face às necessidades de Kiev. Moldávia acusa Rússia de planear um golpe.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou para a necessidade de a indústria de defesa ocidental aumentar a capacidade de produção de munições, de forma a conseguir fazer face às necessidades ucranianas. Em véspera da reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica, que se realiza esta terça-feira em Bruxelas, Stoltenberg avisou que "a guerra na Ucrânia está a consumir uma enorme quantidade de munições e a esgotar as reservas dos aliados", com as forças de Kiev a gastarem -nas a um ritmo "muitas vezes superior" à capacidade de produção atual.
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Segundo este responsável, o tempo de espera para munições de grande calibre aumentou de 12 para 28 meses. "As encomendas feitas hoje só serão entregues daqui a dois anos e meio", revelou, pedindo um investimento na capacidade de produção. Enquanto isso não acontece, defende acelerar as entregas à Ucrânia "antes que a Rússia tenha possibilidades de tomar a iniciativa no campo de batalha". E insistiu: "A rapidez vai salvar vidas." Isto numa altura em que a NATO "não vê qualquer sinal" de que o líder russo, Vladimir Putin, "se esteja a preparar para a paz".
Stoltenberg termina o seu mandato como secretário-geral da NATO em setembro e, segundo a sua porta-voz, Oana Lungescu, não planeia pedir mais prolongamentos. No cargo desde outubro de 2014, o ex-primeiro-ministro norueguês, que faz 64 anos no próximo mês, devia ter saído no ano passado. Mas a guerra na Ucrânia mudou os planos que tinha de ser governador do Banco Central da Noruega.
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Os avisos para a falta de munições surgem depois de a Ucrânia pedir ao Ocidente que mande mais armas, face aos avanços da Rússia. A 10 dias de se assinalar o primeiro ano da invasão, a presidência ucraniana admitiu que a situação é "difícil" próximo da cidade de Bakhmut, no Leste do país, e na vizinha Soledar. "A povoação de Paraskoviivka está sob intenso bombardeamento e ataque ", disse, referindo-se a uma localidade nos arredores daquele que tem sido o principal alvo russo.
Segundo os analistas, Bakhmut não tem uma grande importância estratégica, mas tornou-se num símbolo para Moscovo, que espera uma grande vitória antes do aniversário da invasão. O Ministério da Defesa russo disse entretanto que as suas forças capturaram Krasna Gora, uma aldeia perto de Paraskoviivka. A localidade foi "libertada" por "unidades de assalto voluntárias" com o apoio do fogo da artilharia russa. No fim de semana, contudo, o grupo de paramilitares Wagner já dizia ter capturado a zona sem qualquer apoio das forças oficiais - mais um sinal do mal-estar que existe entre os dois lados.
Moldávia acusa Rússia
A presidente da Moldávia acusou a Rússia de planear um golpe violento para derrubar os líderes pró-europeus. Segundo Maia Sandu, os planos russos passam por utilizar "sabotadores com treino militar" infiltrados em protestos antigoverno. A ideia é usar ativos de países como a Bielorrússia, a Sérvia e Montenegro para "ações violentas, ataques às instituições do Estado e a tomada de reféns", disse a presidente numa declaração sem perguntas, alegando que o objetivo é "derrubar a ordem constitucional e substituir o poder legítimo de Chisinau por um ilegítimo".
Na semana passada, a primeira-ministra, Natalia Gavrilita, apresentou a demissão, citando as "crises causadas pela agressão russa da Ucrânia". O ex-ministro do Interior Dorin Recean foi nomeado por Sandu para ocupar o cargo, tendo duas semanas para apresentar um governo e ter a aprovação do Parlamento.
Com Agências
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