O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse ontem em Rabat que a nova etapa das relações entre Espanha e Marrocos irá implicar um diálogo permanente sobre todos os assuntos que afetem ambos os países, "sem recorrer a atuações unilaterais" e abordando qualquer tema "por mais complexo que seja". No final da Reunião de Alto Nível, houve ainda o compromisso de "evitar tudo o que sabemos que ofende a outra parte", nomeadamente nas "esferas de soberania"..As relações entre Espanha e Marrocos estiveram tensas por causa do Saara Ocidental, antiga colónia espanhola que caiu sob controlo marroquino e cuja independência a Frente Polisário defende. O governo espanhol, que durante anos falou em ocupação e defendia a realização de um referendo, mudou de posição e admitiu que a proposta de soberania de Rabat era a base "mais séria, credível e realista" de resolver o conflito. Do outro lado há os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, que Marrocos considera "cidades ocupadas"..O delegado da Frente Polisário em Espanha, Abdulah Arabi, condenou as declarações de Sánchez, considerando que ele reconhece que o Saara Ocidental faz parte de Marrocos. Em declarações à agência Europa press, considerou que o primeiro-ministro espanhol se "desligou" do Direito Internacional e "ignorou" sentenças do Tribunal de Justiça da União Europeia, que estabelecem que Marrocos e o Saara Ocidental são "territórios separados"..A Unidas Podemos, parceira dos socialistas no governo espanhol, alega que a alteração de postura do executivo foi uma "decisão unilateral" do partido de Sánchez, pelo que nenhum dos seus ministros esteve na comitiva que acompanhou o primeiro-ministro a Rabat. A mudança de postura, que permitiu reatar relações com Marrocos, prejudicou contudo as relações com a Argélia, principal apoiante da Frente Polisário, que decretou um embargo comercial desde junho do ano passado..A Reunião de Alto Nível terminou com a assinatura de 19 acordos, que vão deste as "políticas migratórias", para abrir "vias de migração regular", até à "normalização" da passagem de pessoas e mercadorias pelas fronteiras partilhadas, o que inclui a abertura "ordenada e progressiva" das alfândegas de Ceuta e Melilla. Assinou-se ainda um protocolo financeiro, para fomentar o investimento espanhol em Marrocos..O primeiro-ministro marroquino, Aziz Akhannouch, falou num "novo impulso" das relações com Espanha e na consolidação de um "diálogo transparente e contínuo", baseado no "respeito" e nos "interesses mútuos". Segundo o primeiro-ministro, "as relações entre Marrocos e Espanha nunca atingiram este nível de cooperação e coordenação"..Com agências
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse ontem em Rabat que a nova etapa das relações entre Espanha e Marrocos irá implicar um diálogo permanente sobre todos os assuntos que afetem ambos os países, "sem recorrer a atuações unilaterais" e abordando qualquer tema "por mais complexo que seja". No final da Reunião de Alto Nível, houve ainda o compromisso de "evitar tudo o que sabemos que ofende a outra parte", nomeadamente nas "esferas de soberania"..As relações entre Espanha e Marrocos estiveram tensas por causa do Saara Ocidental, antiga colónia espanhola que caiu sob controlo marroquino e cuja independência a Frente Polisário defende. O governo espanhol, que durante anos falou em ocupação e defendia a realização de um referendo, mudou de posição e admitiu que a proposta de soberania de Rabat era a base "mais séria, credível e realista" de resolver o conflito. Do outro lado há os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, que Marrocos considera "cidades ocupadas"..O delegado da Frente Polisário em Espanha, Abdulah Arabi, condenou as declarações de Sánchez, considerando que ele reconhece que o Saara Ocidental faz parte de Marrocos. Em declarações à agência Europa press, considerou que o primeiro-ministro espanhol se "desligou" do Direito Internacional e "ignorou" sentenças do Tribunal de Justiça da União Europeia, que estabelecem que Marrocos e o Saara Ocidental são "territórios separados"..A Unidas Podemos, parceira dos socialistas no governo espanhol, alega que a alteração de postura do executivo foi uma "decisão unilateral" do partido de Sánchez, pelo que nenhum dos seus ministros esteve na comitiva que acompanhou o primeiro-ministro a Rabat. A mudança de postura, que permitiu reatar relações com Marrocos, prejudicou contudo as relações com a Argélia, principal apoiante da Frente Polisário, que decretou um embargo comercial desde junho do ano passado..A Reunião de Alto Nível terminou com a assinatura de 19 acordos, que vão deste as "políticas migratórias", para abrir "vias de migração regular", até à "normalização" da passagem de pessoas e mercadorias pelas fronteiras partilhadas, o que inclui a abertura "ordenada e progressiva" das alfândegas de Ceuta e Melilla. Assinou-se ainda um protocolo financeiro, para fomentar o investimento espanhol em Marrocos..O primeiro-ministro marroquino, Aziz Akhannouch, falou num "novo impulso" das relações com Espanha e na consolidação de um "diálogo transparente e contínuo", baseado no "respeito" e nos "interesses mútuos". Segundo o primeiro-ministro, "as relações entre Marrocos e Espanha nunca atingiram este nível de cooperação e coordenação"..Com agências