Rússia usou drones com projéteis de fragmentação em Kiev, acusa Ucrânia
As forças russas fizeram um dos maiores ataques com drones até à data nas primeiras horas de 10 de junho. Aos danos e às vítimas causados em quatro regiões, em especial em Kiev e Odessa, soma-se uma novidade: segundo a Força Aérea ucraniana, Moscovo começou a usar drones com projéteis de estilhaços.
Os veículos aéreos não tripulados são do mesmo tipo (inspirados nos iranianos Shahed), mas agora estão equipados com projéteis de estilhaços, o que provoca mais destruição e é mais letal, disse o porta-voz da Força Aérea Yurii Ihnat.
"É por isso que todos os serviços pedem aos cidadãos que não fiquem perto de janelas ou na rua durante estes ataques, pois, com tal ogiva, a disseminação destes elementos representa uma ameaça mortal para a vida dos cidadãos", advertiu Ihnat. Estes drones estão equipados com ogivas de 90 quilos.
No mais recente ataque, Moscovo lançou 315 drones para as regiões de Kiev, Odessa, Chernihiv e Dnipropetrovsk. Foram também disparados sete mísseis, cinco de cruzeiros e dois balísticos. De acordo com as forças ucranianas, 284 dessas armas foram abatidas.
Segundo o Ministério da Defesa russo, "os ataques atingiram todos os alvos designados", os quais seriam "indústrias de aeronaves, mísseis, blindados e construção naval". Mas as imagens e vídeos mostram outra realidade: dos dez distritos de Kiev, sete foram atingidos com drones ou seus estilhaços, causando estragos em dezenas de edifícios residenciais, automóveis, e em locais tão insuspeitos como a catedral de Santa Sofia, o antigo centro de vistos do Reino Unido ou o estádio do Spartak. Em Odessa, o edifício do Arquivo do Estado e o zoo foram atingidos. No total, há pelo menos três mortos e 15 feridos.
Telavive desmente embaixador
O embaixador de Israel em Kiev disse que o seu país entregou sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia. A afirmação de Mikhail Brodsky deu-se numa entrevista publicada no Youtube. Sem especificar quando nem em que quantidades, o diplomata disse em ucraniano que aqueles sistemas estão ao serviço de Kiev. "Estes sistemas estão atualmente na Ucrânia. São sistemas israelitas que estavam ao serviço de Israel no início da década de 1990. Concordámos em transferi-los para a Ucrânia. Infelizmente, este assunto não tem sido muito discutido. Mas quando as pessoas dizem que Israel não prestou assistência militar, isso não é verdade", afirmou Brodsky. Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita negou esta alegação. "Não é verdade. Israel não transferiu sistemas Patriot para a Ucrânia".
Segundo o The New York Times, Kiev espera receber dois sistemas Patriot durante o verão, e um deles seria de Israel.