Rússia destrói edifício da administração de Kherson

Rússia destrói edifício da administração de Kherson

Drones continuam a matar civis em áreas residenciais um pouco por toda a Ucrânia. Zelensky lamenta que a Rússia só considere aceitáveis “as ruínas e a morte”.
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A Rússia continuou a sua campanha de ataques aéreos a localidades ucranianas. Nas últimas horas, destaque para a destruição do edifício da Administração Regional de Kherson e para um bombardeamento que matou cinco pessoas, entre as quais um bebé de um ano numa cidade a 100 quilómetros de Kiev. Os ataques deram-se horas depois de o presidente dos Estados Unidos ter sido o porta-voz do homólogo russo ao anunciar que Moscovo iria retaliar a Operação Teia de Aranha, que destruiu ou danificou quatro dezenas de bombardeiros russos.

As forças russas atacaram primeiro com artilharia, de manhã; e com quatro bombas guiadas, à tarde, o edifício da Administração Regional e do Conselho Regional de Kherson. Fotografias publicadas pela agência Ukrinform mostram que a parte central do edifício colapsou por completo. Há pelo menos três feridos a registar. O número de vítimas não é superior porque o edifício estava abandonado desde a invasão russa. “Os militares russos destruíram-no por completo. Dois ataques aéreos. Ataques direcionados, não-acidentais. Sem qualquer sentido militar. Estão a destruir vidas assu- midamente”, escreveu o presidente Volodymyr Zelensky nas redes sociais.

Horas antes, um total de 103 drones e um míssil balístico atingiram diversas regiões ucranianas durante a noite, incluindo zonas residenciais em Donetsk, Kharkiv, Odessa, Sumy, Chernihiv, Dnipro e Kherson. “Outro ataque maciço”, disse Zelensky. “É mais um motivo para impor as sanções mais fortes possíveis e pressionar coletivamente.” Em Kharkiv contaram-se 18 feridos. O ataque teve a sua expressão mais sombria em Pryluky, na região de Chernihiv. Morreram cinco pessoas, três delas da mesma família, e outras nove ficaram feridas.

O ministro do Interior, Ihor Klymenko, recordou que estes ataques a civis são crimes de guerra, e disse que a casa do comandante dos bombeiros locais foi atingida por um drone russo e a “sua família morreu”. Zelensky acrescentou pormenores ao drama: “Um dos socorristas chegou para tratar das consequências [do ataque] na sua própria casa - verificou-se que um drone Shahed tinha atingido exatamente a sua casa. Tragicamente, a sua mulher, a filha e o neto de 1 ano morreram”, lamentou. O presidente ucraniano disse ainda que se eleva para 632 o número de crianças mortas desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

Coligação sem apoio dos EUA

Um dia depois de Vladimir Putin ter dito que a paz não estava ao virar da esquina e que não estava interessado em reunir-se com o líder ucraniano, este lamentou que nenhuma iniciativa de paz foi considerada aceitável para a Rússia. “Rejeitam tudo. As únicas coisas que consideram aceitáveis são as ruínas e a morte.”

Ainda que o cenário do cessar-fogo - e mais ainda de um acordo de paz - esteja longe do horizonte, os aliados continuam a consultar-se para terem planos para o dia em que as armas se calarem. Segundo fontes ouvidas pela agência Bloomberg, os aliados europeus concluíram, durante as discussões com os homólogos norte-americanos, que Donald Trump não iria fornecer as garantias que procuravam para apoiar a coligação liderada pela França e Reino Unido, e que previa o envio de militares para a Ucrânia como força dissuasora. O presidente dos EUA também não estará disposto a fornecer meios de defesa aérea para proteger uma força de manutenção da paz.

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