Rússia avisa que resolução do conflito com a Ucrânia "é um processo longo"
A Rússia avisou hoje que a resolução do conflito com a Ucrânia é um processo longo, acreditando que a administração dos EUA compreende isso “cada vez mais”, sem responder à proposta da Ucrânia de uma nova ronda de negociações.
"É um processo longo, requer esforço e não é fácil", disse hoje o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, numa entrevista à televisão pública local. Ao mesmo tempo, garantiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, quer resolver o conflito por via pacífica, mas sem deixar cair os objetivos “compreensíveis, evidentes e constantes" definidos por Moscovo.
Um desses objetivos, previamente declarados, é o controlo total sobre as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anexadas pela Rússia em setembro de 2022. A Ucrânia propôs, para a próxima semana, uma nova ronda de negociações, suspensas desde junho.
Na mensagem diária ao país, transmitida no sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, explicou que a proposta foi feita pelo secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Roustem Oumerov, esclarecendo ainda que quer negociar diretamente com Vladimir Putin.
Até agora Putin não comentou as mais recentes declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de impor "sanções muito severas” à Rússia se esta não alcançar um acordo de paz com a Ucrânia no prazo de 50 dias.
As declarações de Trump foram feitas quando recebeu na Casa Branca, na segunda-feira, o secretário-geral da Aliança Atlântica (NATO), Mark Rutte, tendo o Presidente dos EUA reconhecido que está “descontente com a Rússia”.
Hoje, o porta-voz do Kremlin assinalou que Washington compreende "cada vez mais " que resolver o conflito requer tempo. A ofensiva russa contra a Ucrânia dura há mais de três anos e os ataques intensificaram-se este verão.
As forças russas conseguiram vários avanços nos últimos meses no leste e nordeste da Ucrânia, concentrados principalmente na província de Donetsk, uma das quatro que foram anexadas em 2022, uma ação não reconhecida internacionalmente.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, dando início a uma guerra que já causou dezenas de milhares de vítimas civis e militares de ambos os lados, segundo várias fontes.
Ao lançar a invasão, Putin disse que visava "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho. Nas conversações já realizadas, a Rússia exige que a Ucrânia não adira à NATO e que reconheça a soberania russa nas regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anexadas em 2022, e na Crimeia, que conquistou em 2014.