Rutte reitera em Odessa apoio “inabalável” a Kiev
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, visitou esta terça-feira Odessa ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterando que o apoio da Aliança Atlântica a Kiev é “inabalável”. O neerlandês fez referência às negociações que os EUA estão a empreender tendo em vista a paz na Ucrânia, admitindo que estas “não são fáceis”, mas insistindo que “todos” apoiam a iniciativa do presidente norte-americano, Donald Trump. Segundo o Kremlin, ainda não há um acordo entre a Rússia e os EUA, mas há “vontade política” de o alcançar.
“O povo ucraniano sofreu muito - desde logo o ataque russo do Domingo de Ramos em Sumi. O apoio da NATO é inabalável. Continuaremos a ajudar a Ucrânia para que se possa defender hoje e dissuadir futuras agressões, garantindo uma paz justa e duradoura”, indicou Rutte numa mensagem no X. Numa conferência de imprensa com Zelensky, fez depois referência à dificuldade das negociações que os EUA estão a empreender com a Rússia para alcançar a paz.
Steve Witkoff, enviado especial de Trump, esteve na sexta-feira pela terceira vez com o presidente russo, Vladimir Putin, falando à Fox News de um acordo de paz “emergente”. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi mais cauteloso: “Ainda não há contornos claros de qualquer acordo, mas há vontade política para avançar. E repito mais uma vez: valorizamos muito os contactos construtivos e significativos que tivemos.” Moscovo rejeitou uma primeira proposta de cessar-fogo proposta pelos EUA no mês passado, que Kiev tinha aceitado.
Ao lado de Rutte em Odessa, Zelensky defendeu a necessidade de os aliados ajudarem Kiev a reforçar os sistemas de defesa, principalmente após o ataque a Sumi no domingo, que fez pelo menos 36 mortos segundo o último balanço. “Não estamos apenas a pedir os [mísseis] Patriot, estamos preparados para os comprar. Este é um tema puramente político”, referiu. “Estou grato a todos os líderes que não fecham os olhos à realidade de que só com determinação uma paz duradoura pode ser alcançada”, indicou Zelensky.
As forças ucranianas indicaram esta terça-feira ter atacado a brigada russa responsável pelo ataque a Sumi. Entretanto, o governo deu luz verde à demissão do governador da região, Volodymyr Artiukh. Isto depois de acusações de que teria planeado uma cerimónia para entrega de medalhas militares em Sumi no domingo - os russos alegaram que o alvo do ataque era uma reunião militar. O governador admitiu que havia planos para o evento, mas negou ser ele o responsável.
Zelensky, entretanto, anunciou também que representantes ucranianos, britânicos, franceses e turco vão reunir-se esta quarta-feira na Turquia para discutir a segurança no Mar Negro. “A Turquia já teve sucesso em 2022 a conseguir um cessar-fogo quando se tratou do acordo dos cereais. Vamos ser positivos quanto ao facto de que a Turquia, mais uma vez, tentar reunir as partes relevantes. E esperemos que tenham sucesso”, disse Rutte.