Rússia reconhece avanços da Ucrânia na ofensiva de Kursk
A Rússia reconheceu este domingo que as tropas ucranianas tinham penetrado profundamente na região fronteiriça de Kursk, numa ofensiva que um alto funcionário ucraniano disse ter como objetivo "desestabilizar" a Rússia e "esticar" as suas forças.
Este domingo, cada país culpou o outro por um incêndio na central nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, ocupada pelas forças russas, embora ambas as partes - e o organismo de controlo nuclear da ONU - tenham dito que não havia sinais de fuga nuclear.
Kiev destacou milhares de tropas para a operação surpresa, disse à AFP um oficial de segurança ucraniano, tomando a iniciativa do campo de batalha após meses de lentos avanços russos no leste do país.
"O objetivo é esticar as posições do inimigo, infligir o máximo de perdas e desestabilizar a situação na Rússia, uma vez que não é capaz de proteger a sua própria fronteira", disse o oficial de segurança sob condição de anonimato.
O ataque, que já vai no seu sexto dia, pareceu apanhar o Kremlin desprevenido, com o exército de Moscovo a mobilizar tropas de reserva, tanques, aviação, artilharia e drones numa tentativa de o anular.
Mas, no domingo, o exército pareceu admitir que a Ucrânia tinha conseguido penetrar no seu território até 30 quilómetros em alguns locais.
Num briefing diário sobre a situação na região ocidental de Kursk, o Ministério da Defesa afirmou ter "frustrado as tentativas" das forças ucranianas de "penetrar em território russo" utilizando veículos blindados.
O Ministério da Defesa afirmou que algumas dessas forças estavam localizadas perto das aldeias de Tolpino e Obshchy Kolodez, a cerca de 25 e 30 quilómetros de distância.