Rússia lança ofensiva terrestre em Kharkiv. Zelensky fala em "batalha feroz"
EPA/SERGEY KOZLOV

Rússia lança ofensiva terrestre em Kharkiv. Zelensky fala em "batalha feroz"

Uma fonte militar ucraniana disse que a Rússia avançou "um quilómetro" na Ucrânia e estava a tentar  "criar uma zona tampão" para evitar ataques em território russo. Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou também que enviou reforços militares para a região de Kharkiv. Civis ucranianos estão a ser deslocados.
Publicado a
Atualizado a

A Rússia lançou uma ofensiva terrestre na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, onde os combates estão a decorrer, disseram esta sexta-feira o Ministério da Defesa ucraniano e uma fonte militar.

A Ucrânia conseguiu repelir as forças russas na maior parte da região de Kharkiv no final de 2022, mas Moscovo está agora de volta ao ataque, enquanto as tropas de Kiev lutam contra a escassez de munições.

"Por volta das 5:00 (3:00 em Lisboa), o inimigo tentou romper a nossa linha de defesa sob a cobertura de veículos blindados", anunciou  o Ministério da Defesa ucraniano, que deu conta de que as forças ucranianas repeliram a incursão da Rússia mas que "combates de intensidade variável" estavam em curso e que a Rússia lançou ataques aéreos numa zona perto da fronteira.

O Ministério anunciou também que enviou reforços militares para a região de Kharkiv.

Uma fonte militar ucraniana disse que a Rússia avançou "um quilómetro" na Ucrânia e estava a tentar  "criar uma zona tampão" para evitar ataques em território russo.

Vitaliy Ganchev, um oficial instalado pela Rússia na região de Kharkiv, disse no Telegram que havia “combates em várias partes da linha de contacto, inclusivamente nas áreas fronteiriças”. “A este respeito, peço aos residentes que vivem nestas áreas que tenham cuidado e não saiam dos abrigos sem necessidade urgente”, apelou.

Os civis ucranianos da cidade de Vovchansk e de localidades vizinhas, na região de Kharkiv, estão a ser deslocados para outras zonas devido à intensificação dos bombardeamentos russos, disse uma autoridade local.  “A cidade inteira está sob bombardeamentos massivos agora, não é seguro ficar aqui”, disse o chefe da administração de Vovchansk, Tamaz Hambarishvili, à rádio ucraniana Hromadske.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que capturou pelo menos duas aldeias na região durante esta semana, aproveitando a sua vantagem, já que a Ucrânia está desarmada e em número de homens no campo de batalha.

Zelensky: "Está a decorrer uma batalha feroz"

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky já veio entretanto dizer que começou uma "batalha feroz" na região de Kharkiv.

"A Rússia lançou uma nova vaga de ações de contraofensiva nesta direção", disse Zelensky numa conferência de imprensa, assegurando que o seu pessoal "sabia disso" e que se tinha preparado para tal.

"Está a decorrer uma batalha feroz" na zona, acrescentou.

Antes, o Ministério de Defesa ucraniano tinha afirmado que na quinta-feira, "o inimigo efetuou ataques aéreos no setor de Vovchansk", que faz fronteira com a região russa de Belgorod, utilizando bombas aéreas guiadas.

"Por volta das 05:00 [hora local], o inimigo tentou romper as nossas linhas de defesa utilizando veículos blindados", acrescentou a mesma fonte, sem esclarecer o local exato do ataque.

O ministério afirmou que os ataques tinham sido "repelidos", mas que "os combates de intensidade variável" continuavam e que "unidades de reserva" tinham sido destacadas para "reforçar a defesa" da zona.

Uma grande parte da região de Kharkiv foi ocupada e depois libertada em 2022. A região fronteiriça e a sua capital, com o mesmo nome, a segunda maior cidade do país, têm sido alvo de bombardeamentos frequentes nos últimos meses.

Há várias semanas que a Ucrânia está preocupada com a possibilidade de uma nova ofensiva russa na região.

As forças de Moscovo "entraram um quilómetro em território ucraniano" e estão a tentar avançar mais, disse na mesma altura uma alta patente do comando militar ucraniano.

O exército ucraniano está a debater-se na linha da frente, enfraquecido pela falta de militares e pelos atrasos na entrega da ajuda ocidental, que têm tido repercussões nas reservas de munições, atualmente escassas.

Por outro lado, as forças russas reivindicaram ganhos territoriais limitados, principalmente no leste, mas não conseguiram fazer verdadeiras incursões.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito, que entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

em atualização

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt