A Rússia concluiu esta terça-feira o processo de saída do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE), que denunciou em maio, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.."O procedimento para a retirada da Rússia do Tratado FACE foi concluído. Assim, o documento jurídico internacional, cuja validade foi suspensa já em 2007, foi definitivamente remetido para a história", declarou o Ministério, em comunicado..Moscovo salientou que, juntamente com o FACE, dois outros documentos perderam a validade: o Acordo de Budapeste de 1990, que estabelecia limites máximos de armamento para cada um dos países do Pacto de Varsóvia, e o Acordo de 1996 que limitava o número de forças nos flancos após o colapso da antiga União Soviética..O FACE, outrora considerado a pedra angular da segurança europeia, eliminou a vantagem quantitativa da antiga União Soviética em matéria de armas convencionais na Europa..O tratado estabelecia limites iguais para o número de tanques, veículos blindados de combate, artilharia pesada, aviões de combate e helicópteros de ataque que a NATO e o Pacto de Varsóvia podiam destacar entre o oceano Atlântico e os Urais..O documento original foi assinado por 22 países da NATO e pela União Soviética, mas a versão atualizada nove anos mais tarde, para refletir o alargamento da NATO e a dissolução do Pacto de Varsóvia, já não foi ratificada.."Tendo em conta a responsabilidade direta dos países da NATO por incitarem ao conflito na Ucrânia, bem como a admissão da Finlândia na Aliança e a consideração de um pedido semelhante da Suécia, até mesmo a preservação formal do Tratado FACE se tornou inaceitável do ponto de vista dos interesses fundamentais de segurança da Rússia", salientou..A declaração acrescentou que se pode concluir que "as tentativas de garantir a segurança militar na Europa sem ter em consideração os interesses da Rússia não conduzirão a nada de bom para os promotores"..Além disso, de acordo com Moscovo, as tentativas de se agarrar a acordos ultrapassados que não correspondem à nova situação estão também condenadas ao fracasso e podem levar à destruição dos mecanismos de cooperação no domínio do controlo de armas.."A Rússia despede-se definitivamente do FACE, sem arrependimentos e com plena confiança de que está certa", concluiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros.