Roman Abramovich é um dos afetados por novas sanções britânicas. E o Chelsea

Boris Johnson defendeu que não pode haver "paraísos seguros" para os apoiantes da invasão da Rússia à Ucrânia. Venda do Chelsea fica suspensa. Clube fica também impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores.

O oligarca Roman Abramovich, dono do Chelsea FC, clube que colocou à venda recentemente, está entre os sete cidadãos russos adicionados esta quinta-feira pelo governo britânico à sua lista de indivíduos sob sanções, em reação à invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin.

"Oligarcas e cleptocratas não têm lugar na nossa economia, nem na nossa sociedade. Com seus laços estreitos com Putin, são cúmplices de sua agressão", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acrescentou que não pode haver "paraísos seguros" para os apoiantes da invasão da Rússia à Ucrânia.

Esta decisão suspende a venda do Chelsea, clube de futebol que fica também impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores.

A ministra da Cultura, Nadine Dorries, disse que o Chelsea ainda poderá jogar partidas e pagar aos funcionários, mas admitiu que as sanções "têm um impacto direto no Chelsea e nos adeptos".

"Temos trabalhado arduamente para garantir que o clube e o desporto nacional não sejam desnecessariamente prejudicados por estas importantes sanções. Para garantir que o clube possa continuar a competir e operar, vamos emitir uma licença especial que permitirá que os jogos sejam cumpridos, os funcionários sejam pagos e os titulares de bilhetes assistam aos jogos enquanto, crucialmente, Abramovich é privado de beneficiar da propriedade do clube", anunciou na rede social Twitter.

A decisão de vender o clube foi anunciada a 2 de março e justificada por Abramovich com a "atual situação". Segundo o milionário, o dinheiro resultante do negócio será doado "a todas as vítimas da guerra na Ucrânia".

Abramovich, de 55 anos, é dono do Chelsea desde 2003 e garantiu que este processo de venda "seguirá o processo devido e não será acelerado", e não vai exigir o pagamento de "quaisquer empréstimos", ou seja, dinheiro que colocou no clube.

"Nunca foi um negócio, nunca foi pelo dinheiro, mas antes por pura paixão pelo futebol e pelo clube. Instruí a minha equipa a criar uma fundação através da qual todos os lucros líquidos da venda serão doados", explicou Abramovich, que tem também nacionalidade portuguesa.

Os outros sancionados são Igor Sechin, presidente executivo da petrolífera estatal russa Rosneft, Andrey Kostin, presidente do banco VTB, Alexei Miller, presidente da empresa de energia Gazprom, Nikolai Tokarev, presidente da empresa estatal russa de oleodutos Transneft, e Dmitri Lebedev, presidente do Conselho de Administração do Banco Rossiya.

No total, indica o Governo britânico, os sete possuem um património líquido coletivo de cerca de 15.000 milhões de libras (18.000 milhões de euros).

Além do congelamento de bens e da proibição de viagens para o Reino Unido, nenhum cidadão ou empresa britânica pode fazer negócios com eles.

"As sanções de hoje são o último passo no apoio inabalável do Reino Unido ao povo ucraniano. Seremos implacáveis na perseguição daqueles que permitem a morte de civis, a destruição de hospitais e a ocupação ilegal de aliados soberanos", afirmou o primeiro-ministro, Boris Johnson.

Chelsea pede ao governo britânico para "operar o mais normal possível"

O Chelsea vai solicitar ao governo britânico a intenção de poder continuar a "operar o mais normal possível", na sequência das sanções aplicada ao proprietário do clube, o russo Roman Abramovich, anunciaram hoje os 'blues'.

Em comunicado, o emblema londrino confirmou que as sanções impostas a Abramovich têm efeitos no funcionamento no clube, mas explicou que, entretanto, o governo britânico emitiu uma licença que permite "continuar certas atividades".

"Queremos debater com o governo do Reino Unido os contornos dessa licença. Isso incluirá um pedido para que a licença permita que o clube continue a operar o mais normal possível. Hoje, o Chelsea vai cumprir os seus jogos com o Norwich e o West Ham, da equipa masculina e feminina, respetivamente. O clube fará uma atualização desta situação quando for apropriado", lê-se na nota publicada no site oficial dos londrinos.

Para já, o Chelsea está impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores e o processo da sua venda foi suspenso por causa das sanções impostas a Roman Abramovich.

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