Reféns libertadas pelo Hamas já estão em território israelita
Depois do início do cessar-fogo em Gaza, às 9.15 deste domingo, o Hamas entregou três reféns à Cruz Vermelha. As três mulheres já estão em Israel, onde vão ser sujeitas à primeira avaliação médica.
"Há pouco tempo, acompanhadas pelas forças das IDF [Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês] e ISA (Autoridade de Segurança de Israel], as reféns libertadas cruzaram a fronteira para o território israelita", indicaram as IDF em comunicado. Trata-se de Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher.
"As reféns libertadas estão a caminho para o ponto inicial de receção no sul de Israel, onde vão ser sujeitas à primeira avaliação médica", acrescentaram.
As IDF partilharam um vídeo da reação dos familiares quando elas foram entregues aos militares.
A mãe da refém Emily Damari partilhou igualmente uma imagem em que surge ao lado da filha. "Emily está em casa", escreveu. Numa outra imagem da jovem partilhada pelas IDF percebe-se que a jovem perdeu dois dedos de uma mão.
Israel divulgou imagens das jovens com as mães.
Entretanto, as três já chegaram ao hospital em Telavive. Viajaram com as mães de helicóptero desde a zona de fronteira.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse, numa conversa telefónica com Gal Hirsh, seu chefe de gabinete do caso de reféns, divulgada pelo seu gabinete, que as três reféns "passaram por um inferno" e que estavam a sair "das trevas para a luz, da escravatura para a liberdade".
Já um alto responsável do movimento islamita palestiniano Hamas indicou, em declarações à agência de notícias francesa, AFP, tendo pedido anonimato, que a próxima libertação de reféns israelitas mantidos em cativeiro em Gaza vai decorrer "no próximo sábado".
Antes disso, nas redes sociais, alguns vídeos tinham mostrado a caravana de veículos da Cruz Vermelha a caminho da Faixa de Gaza, para auxiliar na troca de reféns.
Segundo o jornal Times of Israel, Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher foram levadas para para a base das Forças de Defesa de Israel (IDF) no corredor de Netzarim.
De acordo com o mesmo jornal, as IDF "pediram às mães dos três reféns para se dirigirem a um ponto de encontro numa base junto à fronteira de Gaza", de onde as acompanhariam para o hospital, onde estariam outros familiares.
Ao mesmo tempo, é esperado que Israel liberte 90 prisioneiros.
Citado pela BBC, Osnat Levtzion-Korach, médica num centro de saúde perto de Telavive, referiu que as equipas "não sabem o que esperar", acrescentando que o foco será encontrar sinais de fome, bem como da falta de sol.
Outro foco será também a parte mental "por terem sido mantidas sozinhas" e expostas a "muito terror psicológico".
“A forma como nos preparamos (como médicos) é abordá-los com muita delicadeza para lhes devolver o controlo das suas próprias vidas", referiu.
As primeiras reações
O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, saudou o cessar-fogo em Gaza, apontando que o acordo que propôs em maio se materializou e que deixa uma "região fundamentalmente transformada".
"As armas calaram-se em Gaza", disse Biden, numa declaração sem perguntas, naquela que foi a sua primeira reação ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas e que surgiu minutos após a libertação dos primeiros reféns israelitas ao abrigo do acordo.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, por seu lado, disse que é com "alívio" que vê os primeiros reféns israelitas serem libertados e defende que "a paz é o único caminho a seguir".
Notícia em atualização