Putin não vê necessidade de falar com Biden e diz estar a fazer "tudo certo" na Ucrânia
O presidente da Rússia revelou que ainda não decidiu se irá à cimeira do G20. Numa visita ao Cazaquistão, negou estarem a ser planeados mais ataques massivos em território ucraniano.
O presidente russo Vladimir Putin disse esta sexta-feira que não vê qualquer necessidade de falar com seu homólogo norte-americano Joe Biden, mesmo no âmbito da cimeira do G20.
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"Devíamos era perguntar-lhe se está disposto a falar comigo. Para ser sincero, não vejo essa necessidade", disse Putin em conferência de imprensa, na qual acrescentou que ainda não decidiu se irá comparecer à cimeira prevista para se realizar em novembro, na Indonésia.
"A decisão sobre a minha viagem não está tomada. Sem dúvida que a Rússia participará, mas ainda estamos a pensar no formato", completou.
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Recorde-se que, no início da semana, Biden disse que não excluía a possibilidade de se reunir com Putin durante a cimeira do G20, prevista para meados de novembro em Bali, na Indonésia. "Ainda vamos ver isso", declarou então o presidente dos Estados Unidos, depois de ter sido questionado sobre se aproveitará o evento para conversar diretamente com o seu homólogo russo.
"Por enquanto, não são necessários ataques mais massivos"
Putin garantiu ainda que "por enquanto" não está a planear mais ataques "massivos" contra a Ucrânia e que o objetivo da Rússia não é "destruir" o país.
"Não há necessidade de ataques massivos. Por enquanto temos outras tarefas", disse no Cazaquistão, após um encontro de antigas nações soviéticas. "A nossa missão não é destruir a Ucrânia", disse, depois de nesta semana a Rússia ter desencadeado uma série de ataques com mísseis em todo o território ucraniano, inclusive na capital Kiev.
Apesar de estar a ser alvo de críticas por causa da operação na Ucrânia, Putin garantiu que a Rússia está a fazer "tudo certo". "O que está a acontecer não é agradável, mas mesmo se não tivessemos atacado estaríamos na mesma situação, só que as condições seriam piores para nós", acrescentou, reforçando a ideia: "Como tal, estamos a fazer tudo certo."
O presidente russo reconheceu, no entanto, que os ex-aliados soviéticos de Moscovo estão "preocupados" com o conflito. "É claro que os nossos parceiros estão interessados e preocupados com o futuro das relações russo-ucranianas", disse Putin, garantindo que esse facto "não afeta" as relações entre os países.
Putin deixou ainda a certeza de que não está a planear aumentar a mobilização de reservistas para a guerra na Ucrânia. "Nada de adicional está planeado. Não recebi qualquer proposta do Ministério da Defesa e não vejo necessidade de mais mobilização num futuro próximo", disse, lembrando que 222 mil pessoas foram mobilizadas, sendo que a meta estabelecida foi de 300 mil. "Dentro de cerca de duas semanas todas as atividades de mobilização serão concluídas."