O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, comparou o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a um mendigo que "anda pela Europa a pedir esmola" e admitiu estar farto do líder ucraniano."Não estou aqui para dar a mão ao Presidente Zelensky. Admito que por vezes estou farto dele. Anda pela Europa a pedir esmolas", disse Fico numa audição da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros.Fico referia-se à persistência de Zelensky em solicitar ajuda militar e financeira aos aliados europeus para defender a Ucrânia da agressão russa a que está sujeita há quase três anos.No dia 9, Zelensky participou na abertura da 25.ª reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha, para discutir com os seus principais aliados formas de apoio ao país no combate à invasão russa.Fico reagiu também com veemência à decisão de Zelensky em não renovar o contrato de trânsito de gás com a Gazprom para o gasoduto Druzhba, que priva a Eslováquia de ter acesso a combustível mais barato e de impor taxas de trânsito para o gás fornecido a países terceiros, estimadas em cerca de 500 milhões de euros por ano.No início de janeiro, Zelensky cortou o fluxo de gás russo em trânsito pelo seu território, o que fez prejudicou a Eslováquia, um país altamente dependente do combustível russo.Fico avançou na altura que a "decisão unilateral" do Presidente ucraniano significará uma perda anual de "quase 500 milhões de dólares" para a Eslováquia, e acusou o líder ucraniano de sabotar as finanças da União Europeia (UE).Durante a mesma sessão parlamentar, o primeiro-ministro eslovaco deu explicações sobre a sua recente e controversa viagem a Moscovo, afirmando que o objetivo do seu encontro com o Presidente russo Vladimir Putin consistia na negociação de formas alternativas de fornecimento de gás natural russo.Confrontado com questões da oposição, Fico afirmou que "Moscovo teve as suas razões para violar o direito internacional" e invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022.Segundo o primeiro-ministro, a Eslováquia é um dos países mais afetados pelo conflito entre Moscovo e Kiev, que já privou a população eslovaca do fornecimento de gás durante a crise de 2008."Se a Ucrânia nos enganar, como nos enganou em 2008, e nos prejudicar, seremos os primeiros a suspender qualquer ajuda humanitária" a Kiev, disse o chefe do Governo eslovaco.