Maia Sandu, apesar das interferências externas, foi reeleita com 55% dos votos.
Maia Sandu, apesar das interferências externas, foi reeleita com 55% dos votos.EPA/DUMITRU DORU

Presidente pró-europeia reeleita na Moldávia

Conselheiro de segurança nacional disse ter havido "interferências maciças" no voto no estrangeiro, ciberataques e ameaças de bomba, mas a presidente que quer levar o pequeno país para a UE foi reeleita.
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Alívio em Chisinau e em Bruxelas. Maia Sandu, a presidente pró-europeia da Moldávia foi reeleita com 55% quando estão apurados 99,8% dos votos. O seu adversário, Alexandr Stoianoglu, que negou ser pró-Kremlin, mas que fez campanha para o país aprofundar relações ao mesmo tempo com o Ocidente e o Oriente, recebeu 44,9%.

“O nosso povo uniu-se e a liberdade e os cidadãos ganharam. A paz e a esperança numa vida melhor prevaleceram”, disse Sandu. A primeira volta coincidiu com um referendo sobre uma emenda na Constituição que institui o caminho do país para a integração na União Europeia, da qual recebeu o estatuto de candidato à adesão em junho de 2022, ao lado da Ucrânia. O sim à via europeia venceu por uma pequena margem, graças aos votos dos emigrantes.

A presidente da Comissão Europeia felicitou Sandu, afirmando que “é necessário um tipo raro de força para ultrapassar os desafios que enfrentou" nas eleições. “É com prazer que continuarei a trabalhar consigo para um futuro europeu para a Moldávia e para o seu povo”, afirmou Ursula von der Leyen, no X.

O processo eleitoral foi marcado pela tentativa de interferência de Moscovo, com os serviços de segurança do país a acusarem o oligarca exilado Ilan Shor de gastar 35 milhões de euros para comprar votos.

O conselheiro de segurança nacional, Stanislav Secrieru, afirmou que foram detetadas “interferências maciças” nas assembleias de voto no estrangeiro, com voos fretados para levar os moldavos que vivem na Rússia a votar em países vizinhos como a Bielorrússia, a Turquia e o Azerbaijão. Além disso, denunciou ciberataques ao sistema eleitoral, ameaças de bomba nos consulados da Alemanha e do Reino Unido e oferta de refeições a quem votava na embaixada de Moscovo.

Ex-república soviética, a Moldávia tem 2,5 milhões de habitantes e 1,2 milhões de emigrantes. Parte da população vive na Transnístria, de facto uma região pró-russa e que mantém uma guarnição de soldados russos e depósitos de armamento. 

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