O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, pediu esta quarta-feira a Donald Trump, que regressa à Casa Branca na segunda-feira, para dar garantias de segurança concretas à Ucrânia no pós-guerra. “Se todos os ‘Donald’ tivessem opiniões sobre garantias de segurança, como eu, isto seria bem mais fácil”, gracejou Tusk numa conferência de imprensa em Varsóvia com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.Sobre a possibilidade de haver militares de países da NATO a patrulhar o território da Ucrânia depois da guerra, sem que Kiev pertença à Aliança Atlântica, o líder polaco respondeu que isso tem de ser considerado, sem avançar se será o rumo seguido pela Polónia, referindo apenas que Varsóvia “fará o seu papel enquanto membro da NATO”.Tusk previu ainda que os Estados Unidos, liderados por Trump, deverão mudar a sua postura quando forem confrontados com a seriedade dos países europeus em proteger a Ucrânia. “Assim que a próxima administração da Casa Branca vir a nossa seriedade, vai adotar outra postura”, declarou, sublinhando que depois da guerra, haverá “garantias de segurança concretas” da Polónia na Ucrânia, sem entrar em detalhes.Na mesma linha, Volodymyr Zelensky defendeu também que a chegada de Trump à Casa Branca não é sinónimo do fim do apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia, garantindo que esperar “um trabalho conjunto ativo no espírito de paz através da força com o recém-eleito presidente dos EUA, Trump”.Nos últimos meses, Donald Trump tem garantido que iria terminar a guerra na Ucrânia nas suas primeiras 24 horas de mandato, o que tem levado Kiev e os seus aliados a temerem um acordo de paz favorável à Rússia, com vários líderes europeus a garantirem que a última palavra será sempre dos ucranianos. Porém, segundo noticiou esta quarta-feira a Reuters, os conselheiros de Donald Trump admitem agora que a guerra poderá levar meses ou mais até ficar resolvida, deitando assim por terra a promessa do presidente eleito dos EUA.No terreno do conflito, Moscovo confirmou esta quarta-feira ter atingido “infraestruturas essenciais” da rede energética na Ucrânia, um dia depois de a Rússia ter sofrido o maior ataque aéreo ucraniano em quase três anos de guerra. As zonas atingidas foram, nomeadamente, Kharkiv (leste), Lviv e Ivano-Frankivk (oeste).De acordo com a Força Aérea ucraniana, citada pela AFP, Moscovo utilizou 43 mísseis balísticos e de cruzeiro e 74 drones de combate, com a mesma fonte a garantir que 30 mísseis e 47 drones foram abatidos. “Em pleno inverno, o alvo dos russos mantém-se inalterado: o nosso setor energético”, escreveu Zelensky nas redes sociais. .Da Albânia à Ucrânia: quão perto de Bruxelas estão os candidatos a membro da UE?