Portal de Notícias de Hong Kong anuncia encerramento após operação policial e detenções

Entre os detidos contam-se três homens e três mulheres, com idades entre os 34 e os 73 anos, avança a Rádio Televisão Hong Kong
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O jornal digital Stand News, de Hong Kong, anunciou esta quarta-feira que vai encerrar atividade, após uma operação policial na redação que resultou na detenção de vários funcionários e ex-funcionários da publicação, sob a acusação de "publicação sediciosa".

"Devido à situação atual, o Stand News vai parar de operar imediatamente e deixará de atualizar o seu site e redes sociais", revelou o órgão de comunicação social.

Entre os detidos contam-se três homens e três mulheres, com idades entre os 34 e os 73 anos, adianta a Rádio Televisão Hong Kong (RTHK).

Mais de 200 agentes fardados e à paisana foram destacados para revistar o escritório da publicação no distrito de Kwun Tong, disse a polícia, indicando que as casas dos detidos também foram alvo de buscas.

Numa declaração, a polícia salientou que os detidos violaram as secções 9 e 10 de uma lei colonial sobre "sedição", datada de 1938 e esquecida durante décadas.

De acordo com a RTHK, o atual diretor do Stand News Patrick Lam e o antigo diretor Chung Pui-kuen foram detidos, bem como os antigos membros da direção Denise Ho, cantora e ativista pró-democracia, Margaret Ng, advogada e ex-membro do Conselho Legislativo local, Christine Fang e Chow Tat-chi.

Num comunicado divulgado no Facebook, o Stand News informou que Patrick Lam pediu a demissão e os demais funcionários foram demitidos.

O jornal pró-democracia agradece aos leitores e recorda que foi criado como um meio de comunicação sem fins lucrativos em dezembro de 2014 para "tomar uma posição por Hong Kong". "O Stand News era editorialmente independente e dedicava-se a proteger os valores centrais de Hong Kong, como a democracia, os direitos humanos, a liberdade, o Estado de direito e a justiça", refere o comunicado.

A Associação de Jornalistas da antiga colónia britânica afirmou estar profundamente preocupada com estas detenções, notando que, este ano, a polícia deteve vários responsáveis de meios de comunicação social e realizado buscas nos escritórios.

Em comunicado, a associação pediu ao Governo de Hong Kong para proteger a liberdade de imprensa de acordo com a Lei Básica.

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