PM espanhol considera "inadiável" aumentar para 2% do PIB despesas com a Defesa

Pedro Sánchez pretende aumentar as despesas em defesa para resposta às consequências económicas e sociais da guerra na Ucrânia.
Publicado a
Atualizado a

O primeiro-ministro espanhol considerou esta quarta-feira que a decisão de aumentar a despesa com a Defesa do país é "inadiável", mas sublinhou que não será um aumento repentino, mas sim gradual, de forma a ser alcançado nos próximos anos.

Pedro Sánchez confirmou a sua intenção de aumentar as despesas em defesa num debate no parlamento para dar conta, entre outras coisas, sobre a resposta às consequências económicas e sociais da guerra na Ucrânia.

De acordo com o chefe do Governo espanhol, a resposta às ameaças à paz colocadas pelo que descreveu como "a guerra de Putin" requer recursos adequados.

Depois de ter recordado que praticamente todos os países europeus anunciaram esforços significativos para a sua defesa, insistiu ser "inadiável" acelerar esses esforços.

Sánchez salientou que o dever do país é atingir "nos próximos anos" 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em despesas de defesa, assim como aprovado na última cimeira da NATO, que teve lugar no País de Gales (Reino Unido).

"Não estou a falar de um aumento repentino porque o ministério [da Defesa] não teria a capacidade de absorver todo este enorme recurso de capacidades financeiras, mas sim um aumento progressivo", disse.

As previsões atuais do Governo espanhol apontam para que em 2024 as despesas de defesa estarão entre 1,2% e 1,4% do PIB.

Sánchez também aproveitou a oportunidade para justificar, mais uma vez, o envio de armas diretamente para a defesa da Ucrânia, e considerou "supérfluo" distinguir entre armas defensivas e ofensivas "porque, perante qualquer agressão, todas as armas são defensivas".

Sem se referir explicitamente às dúvidas do parceiro do Partido Socialista (PSOE) no Governo, o Unidas Podemos (extrema-esquerda), Pedro Sánchez salientou que "ninguém quer guerra exceto uma pessoa", em referência ao presidente russo, Vladimir Putin, e salientou que ninguém deve ser "ingénuo" porque no conflito não houve falta de diplomacia, mas sim um excesso de agressão.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos em Versalhes, França, em 11 de março concordaram em "aumentar substancialmente as despesas de defesa", com um reforço das capacidades e investimento em tecnologias inovadoras, uma necessidade enfatizada pela operação militar russa em curso na Ucrânia.

Os Estados Unidos da América também há vários anos que pressionam os aliados europeus para aumentarem os seus gastos com a defesa.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt