O Egito terá proposto um plano para libertar cinco reféns por semana e retomar o cessar-fogo na Faixa de Gaza, numa altura em que as autoridades de saúde do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas, dizem que já morreram mais de 50 mil pessoas desde o início da guerra. A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, defendeu em Israel e na Cisjordânia o reatar das negociações, lembrando que “numa nova guerra, ambos os lados perdem”. Ao abrigo do plano egípcio, o Hamas libertaria cinco reféns a cada semana (ainda tem 59, sendo que 24 estarão vivos), com Israel a implementar a nova fase do cessar-fogo após uma semana. O plano inclui ainda um calendário para a retirada total de Gaza. O grupo terrorista já terá aceitado a proposta, tal como os EUA, aguardando-se a resposta de Israel (que nega ter recebido o plano). “Hamas deve libertar todos os reféns e Israel deve restabelecer totalmente a ajuda humanitária a Gaza. As negociações devem ser retomadas”, indicou a chefe da diplomacia europeia no X. “O que estamos a testemunhar agora é uma escalada perigosa. Está a causar uma incerteza insuportável aos reféns e às suas famílias e está igualmente a causar horror e morte ao povo palestiniano”, disse em Jerusalém. Ao seu lado, o homólogo israelita, Gideon Sa’ar, disse que Israel “ficaria feliz” por “alcançar os objetivos por meios diplomáticos”. Mas também deixou claro que “se isso não for possível, não temos escolha a não ser continuar os nossos esforços militares”. As autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, dizem que já foram mortas mais de 50 mil pessoas na Faixa de Gaza desde o ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel (que fez quase 1200 mortos e 250 reféns). Desde que os israelitas retomaram os ataques, após a rutura do cessar-fogo a 18 de março, as autoridades já registaram 730 mortos - o balanço não distingue entre civis e combatentes. O Hamas divulgou entretanto um vídeo de propaganda com dois dos reféns levados do festival Nova: Elkana Bohbot, de 35 anos, e Yosef-Haim Ohana, de 24. No vídeos, pedem a Ohad Ben-Ami, que esteve sequestrado com eles e foi libertado a 8 de fevereiro, para que fale das horríveis condições de cativeiro dentro dos túneis.