Mais de 800 pessoas morreram e cerca de 2700 ficaram feridas após um sismo de magnitude 6 e várias réplicas terem atingido o leste do Afeganistão na noite de domingo, informou esta segunda-feira, 1 de setembro, o governo.O novo balanço, avançado pelo porta-voz do Governo, Zabihullah Mujahid, numa conferência de imprensa realizada em Cabul, refere que só numa das províncias do país, Kunar, foram contabilizados 800 mortos e 2.500 feridos.Antes, as autoridades locais tinham indicado 600 mortos. "Nos distritos de Nurgal, Sawkay, Watapur, Dara Pech e Chapi Dara, morreram aproximadamente 600 pessoas, cerca de duas mil ficaram feridas e centenas de casas foram destruídas", disse, anteriormente, à agência de notícias EFE Ihsanullah Ihsan, diretor de Informação e Cultura de Kunar, uma das províncias afetadas.O anterior balanço, feito pelo porta-voz dos serviços de saúde da província de Nangarhar, na fronteira com o Paquistão, Ajmal Darwaish, mencionava, pelo menos, nove mortos e 25 feridos na aldeia de Dar-e-Nour.De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro do sismo situou-se a 42 quilómetros de Jalalabad, capital da província de Nangarhar, e a uma profundidade de apenas oito quilómetros, o que agravou o nível de destruição.O sismo de magnitude 6 na escala de Richter ocorreu às 23:47 locais (20:17 em Lisboa) e foi seguido por pelo menos dois abalos de magnitude 5,2. . O porta-voz do Governo talibã, Zabihullah Mujahid, prometeu, em declarações divulgadas pela Tolo News, que as autoridades utilizarão todos os recursos para ajudar a população e que as equipas de resgate das províncias próximas do epicentro do sismo prestarão assistência aos afetados.Jornalistas da agência da AFP sentiram os tremores em Cabul durante vários segundos, tal como em Islamabad, a capital do vizinho Paquistão, a 370 quilómetros de distância em linha reta.Além do sismo principal, foram registados no Paquistão tremores e réplicas, embora nenhuma vítima ou dano material tenha sido confirmado até ao momento, de acordo com a televisão paquistanesa Geo TV.“Crianças estão debaixo dos escombros. Idosos estão debaixo dos escombros. Jovens estão debaixo dos escombros”, disse um habitante do distrito de Nurgal à AP. “Precisamos de ajuda. Precisamos que as pessoas venham aqui e se juntem a nós. Vamos resgatar as pessoas que estão soterradas. Não há ninguém que possa vir remover os cadáveres debaixo dos escombros”, afirmou..As Nações Unidas já fizeram saber que as suas equipas no Afeganistão estão a "prestar assistência e apoio de emergência para salvar vidas" na sequência do sismo."A ONU no Afeganistão está profundamente consternada com o devastador terramoto que atingiu a região leste e ceifou centenas de vidas, ferindo muitas outras", refere a Organização das Nações Unidas numa mensagem divulgada nas redes sociais..Também a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou que as suas equipas estão a prestar auxílio no Afeganistão "em hospitais e unidades de saúde, a apoiar o tratamento dos feridos e a avaliar as necessidades urgentes de saúde"."Estamos a entregar ativamente medicamentos e mantimentos essenciais e a mobilizar as equipas de saúde para as áreas afetadas para ajudar a salvar vidas", referiu a OMS..O Crescente Vermelho afegão já enviou equipas médicas para Kunar, a província mais afetada pelo terramoto para "prestar assistência de emergência às famílias afetadas"..Marcelo expressa solidariedade ao povo afegão e MNE português oferece ajuda.O Presidente da República manifestou "solidariedade ao povo afegão" afetado pelo sismo de magnitude 6. Numa nota divulgada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa enviou "condolências ao povo afegão afetado pelos devastadores efeitos do sismo que provocou centenas de vítimas mortais e inúmeros feridos"..O Governo português lamentou as consequências do sismo e disponibilizou-se para ajudar as ações internacionais de resgate.“O Governo português lamenta profundamente as consequências devastadoras do sismo no Afeganistão, que causou centenas de vítimas mortais e milhares de feridos”, avançou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa mensagem publicada na rede social X.“Portugal expressa solidariedade ao povo afegão e dispõe-se a apoiar as ações de salvamento da ONU e do Crescente Vermelho”, acrescenta o ministério liderado por Paulo Rangel.. Na escala de Richter, um sismo com uma magnitude entre 6 e 6,9 é classificado de forte, podendo ser destrutivo numa área de uma centena de quilómetros à volta do epicentro.O Afeganistão é frequentemente atingido por tremores de terra, sobretudo na cordilheira Hindu Kush, perto da junção das placas tectónicas euroasiática e indiana.A província de Nangarhar também foi afetada na semana passada por cheias repentinas, que mataram cinco pessoas e causaram danos em terrenos agrícolas e zonas residenciais.