O Governo da África do Sul revelou esta terça-feira que pelo menos 40 mil empresas sul-africanas foram saqueadas, queimadas ou vandalizadas, nos violentos protestos dos últimos dias.."Pelo menos 40.000 empresas foram afetadas por saques, queimadas e vandalismo na região de Kwazulu-Natal (KZN"), afirmou hoje, em declarações à imprensa o Ministro das Pequenas Empresas, Khumbudzo Ntshavheni..A agitação na região começou a 09 de julho, inicialmente sob a forma de tumultos, após a prisão do ex-presidente Jacob Zuma, por desrespeito ao tribunal..Mas depois, num cenário de desemprego endémico e de novas restrições anti-Covid-19, espalharam-se para Joanesburgo. Na sequência destes protestos foram mortas mais de 200 pessoas, de acordo com os últimos números..Em termos económicos, o governo estima que a violência custará à economia 50 mil milhões de rands, ou 3,4 mil milhões de dólares (cerca de três milhões de euros)..Detalhando o ministro acrescentou que, só na região KZN, 161 centros comerciais sofreram "danos graves"..Pelo menos 1.400 ATMs (caixas multibanco) foram vandalizadas, bem como 300 bancos e estações de correios, mais uma vez, só nesta região..Finalmente, 90 farmácias foram destruídas, "sem qualquer possibilidade de reconstrução", uma vez que o país sofre uma nova onda de Covid-19..Na região de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, o governo ainda está a avaliar os danos..Mas "não há praticamente nenhum setor económico que tenha sido poupado pela violência", advertiu também hoje o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, numa reunião com líderes empresariais..As duas regiões mais afetadas são responsáveis por metade do PIB do país (produto interno bruto)..Ramaphosa admitiu também que o seu governo "não estava suficientemente preparado" para a violência, que parecia estar atenuada, não tendo sido comunicados novos incidentes desde segunda-feira.