Partido Comunista da Venezuela denuncia "assalto" do governo à sua organização

O partido, que era apoiante do regime mas deixou de apoiar Nicolás Maduro quando este começou a flexibilizar a economia, denuncia estar sob ataque após uma decisão judicial que nomeia nova direção, tal como já sucedera com outros partidos opositores.
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O Partido Comunista da Venezuela (PCV), atualmente opositor ao presidente Nicolás Maduro, denunciou neste sábado um "assalto" à sua organização, ao rejeitar a medida judicial que nomeia uma nova direção, uma resolução que,. segundo agora dizem, "revela a natureza autoritária e antidemocrática" do governo.

A sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) é parecida com outros veredictos emitidos por esse tribunal já em 2020, quando também ordenou à intervenção judicial em vários dos principais partidos de oposição. Nessa altura, o PCV não tomou qualquer posição pública.

Pela ordem judicial, a nova direção do Partido será presidida por Henry Parra, um líder que, em julho passado, apresentou um recurso contra a atual diretoria comunista, alegando que esta excluía as bases da organização.

O PCV considera que a Justiça cometeu um "erro indesculpável de direito" e afirma que aqueles que promoveram o recurso não fazem parte de sua organização.

O Partido Comunista da Venezuela foi aliado do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), mas rompeu com Maduro, quando o atual presidente começou a flexibilizar o controlo rígido da economia, numa tentativa de reativar a economia da Venezuela, em profunda crise.

A organização comunista também questiona a perda de poder de compra, devido à inflação e à depreciação da moeda, quando o salário mínimo atual mensal é menos de 5 dólares (4,56 euros), complementado já por diversos bónus estatais.

Em julho de 2020, o TSJ suspendeu a a direção do Voluntad Popular, o partido dos opositores exilados Leopoldo López e Juan Guaidó.

Antes, em junho do mesmo ano, esse mesmo tribunal tomou medidas semelhantes contra outros dois dos maiores partidos de oposição: Acción Democrática e Primero Justicia.

À época, Guaidó chamou o TSJ de "braço judicial" do governo de Maduro.

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