O Parlamento sérvio anunciou esta quarta-feira a queda do Governo, na sequência da demissão do primeiro-ministro, Milos Vucevic, após meses de protestos pela morte de 15 pessoas no desabamento de uma estação de comboios, em novembro.Um total de 146 dos 250 deputados sérvios presentes votaram a favor da demissão do chefe do partido no poder (Partido Progressista Sérvio, SNS), enquanto a oposição boicotou a sessão.O Governo vai manter-se em funções durante os próximos 30 dias, altura em que deverá ser apresentada um novo executivo. Caso contrário, serão convocadas eleições legislativas.O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, rejeitou a proposta da oposição de um governo de transição com peritos independentes e deu a entender que podiam realizar-se eleições antecipadas em junho, caso não seja eleito um novo governo até à data limite, noticiou o diário sérvio Danas, citado pela agência de notícias Europa Press.O governo de coligação, controlado por Vucic, dispõe de uma ampla maioria parlamentar, pelo que não deverá ter dificuldade em apresentar uma nova equipa governamental, se o presidente assim o desejar.A presidente do Parlamento, Ana Brnabic, leu a demissão de Vucevic e agradeceu o desempenho "honrado e honesto" como primeiro-ministro, bem como o "comportamento responsável e corajoso".Vucevic apresentou a demissão no final de janeiro, depois de vários meses de protestos, incluindo um durante o qual manifestantes que protestavam à porta de uma das sedes do partido SNS, foram agredidos.A tragédia na estação de Novi Sad, causada pela queda de um telhado, tornou-se um símbolo do desencanto popular com a falta de transparência e a alegada corrupção do governo.No sábado, a polícia indicou que mais de 100 mil pessoas participaram numa manifestação de protesto, em Belgrado, contra os acontecimentos e em memória das 15 vítimas mortais. Mas um organismo independente apontou para entre 275.000 e 325.000 manifestante.Milhares de estudantes universitários bloqueiam prédio da televisão pública na Sérvia